Desirée
Helena entra.
Eu faço um café para nós.
– Não é tão bom quanto o da cafeteria, mas eu me esforcei.
– Está maravilhoso – ela diz apoiada no balcão.
Ela se aproxima, chega bem perto do meu rosto. Por um segundo achei que fosse me beijar. Mas ela passa o dedo na minha bochecha.
– Tinha tinta verde no seu rosto – diz Helena.
– Ah! Isso sempre acontece! Helena, queria te perguntar uma coisa. É pessoal, posso?
Ela acena com a cabeça que sim.
– Você tem alguém?
Ela arregala os olhos instantaneamente.
É isso… ela tem alguém.
– Na verdade eu sou casada, é uma longa tragédia se quiser ouvir.
Tento desmanchar a minha cara murcha e confirmo com a cabeça.
– Sou casada a três anos mais ou menos. Mas é bem complicado. Descobri recentemente que estou sendo traída e desde então percebi muitas coisas. Fui manipulada para me afastar do trabalho e da sociedade em geral e minhas contas bancárias são sugadas constantemente pelo meu marido – ela diz com olhar distante.
– Por que você não se divorc