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04| Minha mãe é a heroína

Isabela

Ele, que tinha me acusado de roubo, sabia que algo iria acontecer, se eu me oferecesse para ser sua namorada de mentira? Mas, ao mesmo tempo, senti compaixão por ele e sua situação familiar. Respirei fundo e decidi que ajudaria e de alguma forma, essa foi uma oportunidade de mostrar a ele que eu não era uma ladra! Vou lhe oferecer algum conforto para sua mãe doente, no entanto, ele foi direto ao ponto e fez a proposta.

Lucas franziu o cenho e disse firme:

— Isabela, eu sei que acabamos de nos conhecer, mas preciso de alguém ao meu lado nesse momento difícil. Você poderia fingir ser minha namorada por essa noite?—ele disse esperando a resposta dela.

— Por essa noite a minha namorada de mentira…

Aceitei, conheci a família dele, quando soube que ele foi deixado no altar, era incrível, como alguém teria coragem de abandonar um homem bonito quanto ele. Para completar, o irmão gêmeo dele fez o Lucas me beijar, mas foi um selinho rápido e quando voltei para casa, eu não parava de pensar nele.

Fiz as pazes com meu pai, então Lucas voltou a me procurar, era perigo, mas encontrei com ele e quando estávamos no restaurante para discutirmos o contrato.

Eu e Lucas estávamos conversando sobre nosso acerto para o contrato em que serei a noiva falsa dele. Até que a Lola estragou tudo!

Por intermédio de uma ligação. Foi justo quando iria responder, essa mulher é uma serpente!

Quando novamente digo:

— Posso ajudar-te?—Falei olhando para ele, um misto de curiosidade e cautela preenchendo meus pensamentos.

— Ela não vai desistir tão facilmente, eu posso ajudá-lo…

Quando estava prestes a desistir, achando que ele não aceitaria, Lucas me entrega seu celular.

A voz melosa e falsa do outro lado da linha que ouço e, ao mesmo tempo, alcoolizada.

Era a voz de Lola, falando sobre o passado, sobre seu arrependimento e supostos sentimentos que ainda nutria por ele.

Eu escutava tudo atentamente, cada palavra ecoando em meus ouvidos, a voz dela é tão irritante!

— Lucas, eu sei que errei, mas estou confusa. Posso ir ao seu apartamento?

Por favor, não me diga que não!

— Não queria ter forçado aquele beijo, eu estava triste e acabei lembrando dos momentos em que éramos felizes, dos planos que fazíamos juntos, dos seus sonhos de ter filhos. Quero você de volta!

— Sei que me ama, eu sinto quando me olha, sabe que sempre foi e será o único na minha vida, as circunstâncias… Eu estava só e carente e o nosso relacionamento que estava se desgastando.

— Você só se importava com o seu quartel do que comigo! Seu irmão me entendeu e parte de tudo isso foi sua culpa! Todos os seres humanos são humanos na vida. Deixarei o Luan se tiver a certeza de que ainda me ama e deseja me ter de volta? Alô, Lucas?

— Não é o Lucas, é a noiva dele!

— Você deveria ter caráter e vergonha! Como alguém pode ser tão biscate? Foi você quem o deixou e trocou pelo irmão gêmeo, tenho pena por você e aguardo que Luan enxergue a víbora que você é! Eu te aviso: não procure mais por ele e nem ligue mais!

— Trocá-lo pelo irmão gêmeo foi um desrespeito incompreensível. Você só pensava em si e colocou seu relacionamento em segundo plano. Lamento, Lola, mas agora ele está comprometido comigo, sua noiva. Não há espaço para você na vida dele.

— Portanto, te peço com toda a firmeza: não volte a procurá-lo, nem ligue mais. Não há espaço para você na vida dele.

— Espero que pague pelos seus erros e encontre o seu caminho e amadurecer como pessoa. Agora, se me der licença, eu desligarei, estamos no meio de algo importante, se é que você entende?

— Se eu ligar de novo, vou avisar Luan e outras pessoas da família sobre isso, certo? Tenho que voltar para cama, ele me espera!

Fiquei nervosa por dizer isso. Eu era virgem e um homem lindo que me olhava com um olhar sexy.

— Ele me chama agora, passe bem! — adianto preste a desligar o celular. Quando ela perguntou se eu estava com ele, eu fiquei calada e deixei que ela falasse o que quisesse. Lola gritou, dizendo, que eu era uma vadia e o levaria para um hotel.

Lola se calou por um momento e a respiração dela estava ofegante ao puro ódio…

— Como assim? Onde está, quem é você, o dono desse celular? Ele está onde!

— Desculpe, liguei errado. Quem é você? E o Lucas? Com quem pensa que está falando?

— Você é leviana e ele contratou você para fazer ciúmes em mim! Lucas nunca olharia para uma mulher sem estilo e de baixa categoria como você, passe o celular para ele agora mesmo! Lucas me evita, mas ele me ama!

Nosso amor é maior que tudo!

— Ele me perdoará! Luan entenderá, tudo que aconteceu entre nós dois foi um erro! Agora não me importo mais e ele pode ficar com a mulher que coloquei em seu devido lugar.

— Eu sempre vou ganhar, Isabela!

Desliguei o celular para ele. Lucas estava sem palavras, acho que passei um pouco da minha interpretação.

No entanto, eu gostei desse jogo, mas foi apenas para ajudá-lo. Entreguei o celular e perguntei se fui muito invasiva, então ele disse:

— Não foi, eu gostei da forma como você agiu, lamento em envolver você nisso, eu sinto muito por isso, ela é minha cunhada agora e não temos nada. — Às vezes penso em vingança, poderia voltar com ela e fazer Luan sentir o mesmo que eu, mas não assim…

— Se fizer isso, você certamente terá problemas e será igual a eles! Sei como se sente, quando minha mãe recebeu o tiro na coluna e para me salvar da morte. Jurei vingança, mas se eu fizesse como eles, certamente se tornaria uma criminosa.

— Você tem razão, mas e sua mãe? Como recebeu um tiro? Do que está

falando, sua mãe, ela sofreu um assalto, foi isso? Isabela…

Quando iria responder, o rapaz voltou a trazer um recado de Clóvis, ele tirou uma selfie nossa e o olhar de Lucas para Clóvis foi: você me paga!

— Você não vai comer a torta?

Ele olhou novamente e duas vezes para o pires, parecia atentado com os olhos brilhando para aquela tentação. Quando ele afastou o prato empurrando para mim.

— Você gostaria? — ele disse tentando me fazer ficar com o pedaço de torta.

— Odeio doces, se não quiser vou jogar no lixo, e então? Se quiser pode ficar com essa torta, meu irmão sabe que não gosto de doces e ele insiste com isso!

— Pode ficar com o meu, não quero ter que jogar no lixo. Você também pode levar para uma criança, mas estou decidida a não comer essa torta que me traz detestáveis lembranças desse lugar e dessa torta…

Lucas tinha um semblante de tristeza nas suas falas e era certamente relacionado aquela dita cuja mulher desagradável.

Parei de comer o meu e disse:

— Poderia aceitar, mas sou alérgica ao amendoim e esse polvilhado está me irritando o nariz, então se quiser me levar a emergência, vou comer essa doce tentação, tudo bem para você?

— Sou alérgica desde que era criança, por isso que se eu comer, morreria… Ele pediu desculpas, então perguntei a ele sobre a ligação, Lucas olhou-me nos olhos, tive que ser direta.

— Você ainda tem sentimentos por ela, perdoaria a sua ex-noiva, Lola…

— Nossa, fui invasiva, perdão! Sinto muito. Eu não sei onde estava com a cabeça quando lhe fiz essa pergunta.

— Não tem problemas, está tudo bem Isabela, eu entendo, acontece que. Quando ele iria responder, Lucas desistiu, ele não quis continuar abordando o assunto.

— Desculpe, acho melhor não continuarmos com esse assunto… Sinto muito Isabela, ainda não estou pronto para ter uma conversa mais aberta com você.

Disse que o entendia, deveria ser difícil para ele, eu dei espaço a ele, Lucas sorriu agradecendo pela compreensão e sorriu novamente.

Ele voltou a olhar a torta de chocolate, então eu disse:

— Come apenas um pedaço, não te fará mal? No meu caso, se eu experimentar, até posso morrer, então experimente que não esteja tão doce assim?

Ele olhou para a torta e cortou o primeiro pedaço e levou para a boca, um pedaço, se tornou um pires vazio, os olhos azuis buscando por mais quando sem querer e por força do hábito. Limpei o canto da boca dele com o meu dedo, nesse momento parei e voltei ao meu lugar.

Estava mais vermelha que um tomate… tinha que dizer alguma coisa, então digo:

— Hum, acho que você gosta de doce, restou ter lambido o prato. Como diz Heleno meu… Perdão, penso que me empolguei, vamos ao assunto do contrato?

— Estou disposta a ouvir o que você tem a dizer, Lucas. Mas deixe-me ser clara: quero sinceridade e transparência. Não estou disposta a ser envolvida em jogos ou mentiras. Quero entender o que está acontecendo e decidir com base em fatos concretos.

Ele assentiu, parecendo compreender a seriedade das minhas palavras.

Continuávamos a conversar, mergulhamos em um diálogo sincero. Lucas contou que a mãe dele quer muito voltar a me ver.

Meu encontro com ela melhorou o ânimo, ela voltou a comer e está sorrindo. Também iria ajuda-lo a afastar a Lola, então ele não disse muito sobre ela.

Quando digo ser impossível para mim aceitar esse contrato louco, não poderia mentir desse jeito. Lucas pegou o talão de cheques no bolso, e disse que esse contrato, meio milhão, seria depositado quando completasse um ano, eu não o veria mais e ele sairia da minha vida.

— Esse dinheiro te ajudaria?

As palavras dele me agiriam com tudo, ele não fazia ideia do quanto aquele dinheiro proposto significaria na minha vida.

Pagaria minha dívida e compraria uma casinha fora do morro, para meu pai e para meus irmãos e longe daquele de Marcos! Eu seria grata a ele pelo resto da minha vida e com isso acabaria todos os meus problemas de uma só vez.

No entanto, o meu coração e a minha consciência diziam mais alto que as minhas necessidades e eu sentia que era errado.

Não poderia aceitar esse dinheiro, meu orgulho e caráter não condizem com o que fui ensinada na família.

— Você não tem ideia do que estou passando e do quanto a minha vida é tão problemática, mas com tudo isso, perdi minha mãe e estou ainda de luto, preciso pensar com mais calma, não posso aceitar o seu dinheiro nessas circunstâncias…

— Desculpa Lucas, eu posso aceitar esse pedido, agora, por favor, preciso pensar. Só me dê esse tempo que peço!

— Ok, Isabela…

Levantei depressa e saí, mas ele conseguiu me alcançar segurando o meu braço e disse me fazendo olhar diretamente nos olhos dele. — Perdão, sinto muito se de alguma forma ofendi você com minhas palavras. Quero recompensar e sei que aceitará.

— Posso, sim, esperar por sua resposta, assim vamos assinar o contrato, não precisa responder agora, posso esperar sua decisão, não delongar muito. — Pode me mandar uma mensagem, esse é meu cartão pessoal. Ligue e vamos nos encontrar em um lugar onde podemos negociar o contrato. Quando ele me ofereceu uma carona e por estar chovendo eu aceitei. Por todo caminho, eu continuei em silêncio, ele continuou a dirigir, então decidi contar a verdade sobre morar no morro e estava de noite…

— Isabela, é essa rua? Aqui é deserto e tem risco de sofrer um assalto e até mesmo ter a vida em risco!

— Não posso deixar você aqui, vou levá-la em segurança, só que esse caminho vai nos levar para a entrada do Morro, certo? — Lucas disse parando o carro olhando as luzes brilhosas no Morro do Corcovado.

Quando digo retirando o cinto:

— Você não pode seguir e nem subir, mas esse é o morro onde vivo com a minha família e preciso de dinheiro para me livrar da dívida que tenho com o dono do morro. É uma história longa, mas posso contar outro dia, eu preciso ir?

— Se você entrar naquela rua bem ali, vai ter problemas.

Lucas disse que já esteve aqui uma vez, mas foi há muito tempo. Quando ele saiu do carro e foi abrir a porta lateral para eu sair, ele foi como um perfeito cavalheiro.

— Você agora sabe que sou da favela, então não tem preconceito? Melhor não voltar a procurar por mim, é para seu próprio bem! Ainda deseja que eu seja sua falsa noiva, esse é o lugar que vivo, você ainda quer o acordo de se envolver com alguém como eu

— Não tenho problemas com isso, eu quero sim e vou com você até esse morro, não vou deixá-la só aqui e nesse escuro!

Olhei para Lucas, preocupada com os perigos que poderíamos enfrentar ao entrar no morro. Se ele soubesse do perigoso líder do morro, Marcos, de jeito nenhum poderia permitir esse perigoso destino!

— Lucas, você não precisa se arriscar desse jeito. Posso pensar na sua proposta de ser sua falsa noiva, mas não é necessário que você me leve até lá. Afinal, é um lugar perigoso e eu não quero colocar você em risco. — De jeito nenhum, vou levá-la. Não quero que você enfrente um perigo de estar caminhando sozinha! Estou disposto a assumir os riscos e estar ao seu lado, se permitir. — Vou protegê-la, conheço aquele morro e estou armado o suficiente para manter a sua segurança, Isabela…

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