— Você me mordeu, é claro que doeu.
A mulher falou com um suspiro entrecortado, num tom de timidez rouca.
Os dois estavam com as testas encostadas, respirando no rosto um do outro.
Assim que ela terminou de falar, o homem mordeu de novo, de leve, o canto dos lábios dela.
— Você não é corajosa? Enfrentando tanta gente sozinha... A Sra. Santos é bem destemida, hein?
Lorena piscou os olhos, os cílios longos como penas leves roçando as pálpebras dele, o que o fez, por instinto, abraçá-la ainda mais, até não sobrar espaço algum entre os dois.
Ela parecia ter entendido por que ele estava bravo.
— Eles nem me acertaram, não me machuquei. — Ela respondeu.
— Ah, é? — O homem retrucou. — Então vai ter uma próxima vez?
O olhar da mulher tinha um brilho de diversão enquanto ela continuava no jogo dele:
— Então, não fica bravo, vai. Eu sei o que estou fazendo, não vou brincar com a minha segurança, ok? Na próxima vez eu te aviso.
Ela sabia bem como responder, e ainda tinha corag