Alejandro Albeniz
Acordei com um peso no peito, o tipo de angústia que se instalava de forma silenciosa e não ia embora com um café forte. A irritação fervia em mim como se meu corpo inteiro estivesse em brasas. Amanhã seria, sem dúvida, o pior dia da minha vida. Teria que me casar com aquela mulher infame. Mercês. Só de pronunciar mentalmente o nome dela, meu estômago se revirava. Minha madrasta. Uma mulher que me causava repulsa, desprezo. Era insuportável sequer imaginar a possibilidade de dividir uma cama com ela — e, ainda pior, ela já havia deixado claro que não haveria quartos separados.
Tentei afundar-me no trabalho, como fazia sempre que a realidade ameaçava me sufocar. Em poucos dias, consegui colocar metade da Granafly em ordem. Ainda havia muito a ser feito, mas hoje… hoje o trabalho simplesmente não rendia. A sombra daquele casamento amaldiçoado pairava sobre mim como uma tempestade prestes a desabar.
A saudade de Ximena me corroía por dentro. Pensar nela era como sent