Ele passou... O ano (II)
- É só isso que tem a dizer, Renan? Depois de tudo que eu contei você apenas me olha e diz que “sente muito”? – Limpei as lágrimas.
- Eu posso lhe dar o dinheiro, Clara. – disse Talía.
Eu ri tristemente:
- De que adianta, Talía? Daí eu continuaria devendo 1 milhão... Meio para você e o outro meio para meu namorado ou minha melhor amiga.
- Um milhão... É muito para mim. – Ela ficou sem jeito.
Peguei a mão dela carinhosamente:
- Eu sei, Talía. Só estou explicando que não adianta eu pegar seu dinheiro. Obrigada por tentar ajudar... Mas às vezes eu sinto que nada nem ninguém pode me ajudar, entende? É como se eu estivesse dentro de um buraco e visse o sol quando olho para cima... No entanto não tenho coragem de escalar as paredes... Porque eu tenho medo de lá em cima ser pior do que aqui embaixo...
Talía e Renan me olharam, certamente sem entender a que me referia. Mas era assim mesmo que eu me sentia: numa prisão. Ainda assim eu tinha medo de sair de dentro dela e não saber viver livreme