Nossos olhos se encontraram e há metros de distância eu consegui sentir tudo que aquilo significava. Era o momento dele, mas também o meu... O nosso. Porque estivemos juntos em todas as horas, boas e ruins.
Pedro esteve ao meu lado nas noites em que os gêmeos choravam. E muitas vezes teve que estudar durante a madrugada porque passávamos mais tempo entre mamadeiras e trocas de fraldas do que qualquer outra coisa.
E quando pensávamos que melhoraria, aparecia uma doença. E sempre que um deles tinha algo, o outro também pegava, parecendo combinado.
Cheguei a cancelar a faculdade no ano de 2003, porque não dava conta da demanda que era estudar e cuidar das crianças. Em 2004 ele me obrigou a voltar, incentivando-me a não desistir, alegando que as crianças cresceriam e logo a tempestade daria lugar ao sol.
Ele sempre segurou a minha mão e me ajudou a passar por todos os obstáculos. Então chegou o tempo que a Clara covarde já não era mais tão fraca. E sabia que dava conta de tudo que aparece