Mundo de ficçãoIniciar sessão"Amiga, durma com meu marido" narra a história de Ana Clara, uma jovem impulsiva e sonhadora, que decide tomar as rédeas de sua vida amorosa ao recrutar o desconhecido Pedro para um namoro falso. Seu objetivo: despertar ciúmes em seu ex-namorado, um rapaz que a traiu de forma sórdida. Ana Clara, cheia de planos e vivacidade, contrasta drasticamente com Pedro, um homem reservado e pragmático. Entre situações constrangedoras e cômicas, eles mergulham em um relacionamento de fachada, onde a única coisa real é a diferença gritante entre suas personalidades. No entanto, à medida que encenam seu romance para o mundo, algo surpreendente acontece: uma inesperada e genuína conexão começa a se formar entre eles. Mas o ano de 1998, que parecia eterno, não durou para sempre como desejavam. De repente, tudo mudou. A garota cheia de sonhos realizou o mais impossível deles, apenas para se arrepender amargamente do que um dia desejou. Fugindo do sonho que virou pesadelo, Ana Clara está de volta à sua cidade natal depois de anos e é abalada quando sua melhor amiga faz um pedido inusitado e perturbador: que ela durma com seu marido.
Ler maisPedro suspirou:- É pedir demais tomar um banho com a minha esposa?Sorri e peguei o telefone, ligando para minha mãe:- Oi, mãe. Pode pegar os gêmeos para passear aí na sua casa um pouquinho?Sorri e encerrei a ligação, piscando de forma provocante:- Pedido atendido, Cabide! – Retirei a gravata dele com habilidade.- Os gêmeos brigaram muito hoje?- A cadela deu cinco filhotes e eles conseguem brigar por cada um deles. – Ri.- É muito amor envolvido! – Pedro balançou a cabeça, gargalhando.Logo minha mãe levou as crianças, certamente sabendo o motivo pelo qual estava fazendo aquilo. Pouco me importei, porque ela já estava “um pouco” acostumada.Não tenho certeza se mamãe já tinha fechado o portão quando Pedro me pegou no colo, me assustando, fazendo-me segurar em seu pescoço:- O que é isso? – Comecei a rir.- Isso é um marido... – beijou meu pescoço – Levando sua querida e bela esposa para o banho.Deitei a cabeça no ombro dele e alisei sua nuca, sentindo-me acolhida, amada e ampar
Nossos olhos se encontraram e há metros de distância eu consegui sentir tudo que aquilo significava. Era o momento dele, mas também o meu... O nosso. Porque estivemos juntos em todas as horas, boas e ruins.Pedro esteve ao meu lado nas noites em que os gêmeos choravam. E muitas vezes teve que estudar durante a madrugada porque passávamos mais tempo entre mamadeiras e trocas de fraldas do que qualquer outra coisa.E quando pensávamos que melhoraria, aparecia uma doença. E sempre que um deles tinha algo, o outro também pegava, parecendo combinado.Cheguei a cancelar a faculdade no ano de 2003, porque não dava conta da demanda que era estudar e cuidar das crianças. Em 2004 ele me obrigou a voltar, incentivando-me a não desistir, alegando que as crianças cresceriam e logo a tempestade daria lugar ao sol.Ele sempre segurou a minha mão e me ajudou a passar por todos os obstáculos. Então chegou o tempo que a Clara covarde já não era mais tão fraca. E sabia que dava conta de tudo que aparece
- Não acho, tenho certeza. Não estamos perfeitamente bem? Por que não torcer por eles também?- Talvez eu seja um pouco ciumenta com relação a você.- Um pouco?- Vou ser ciumenta com as crianças também. Acho que preciso ler um dos seus livros.- Eu ia mesmo lhe oferecer. – Confessei, rindo.Conforme íamos nos aproximando da recepção, perguntei:- Como daremos a notícia a eles?- Devagar... Para não ficarem em choque.- Ok. – Concordei.Chegamos na recepção e Josephine, Felix e Flora imediatamente levantaram:- E então, tudo certo? – Josephine perguntou.- Já sabem o sexo? – Flora estava ansiosa.- Bem... – Comecei, com tranquilidade, conforme ela havia sugerido.- São dois bebês – Clara disse de forma imediata – Teremos gêmeos.Houve um minuto de silêncio até que todos processassem a informação. Logo começaram a comemorar e nos abraçaram, fazendo mil planos.Observei o semblante de orgulho e felicidade de Clara. Ainda bem que ela sugeriu darmos a notícia devagar. Comecei a rir sozinh
- Uau! – o médico sorriu – Temos aqui dois embriões. Ou seja, uma gravidez de gêmeos bivitelinos.- O quê? – Clara perguntou, apavorada, sem tirar os olhos da tela.- Os gêmeos bivitelinos são formados por dois ou mais óvulos, que fecundados por dois ou mais espermatozoides, formam indivíduos geneticamente distintos. Dessa forma, a aparência dos gêmeos não será idêntica. Neste caso, temos duas placentas e duas bolsas. – Ele explicou, sem desviar os olhos da tela, parecendo animado.Clara me olhou:- Você pôs “dois” espermatozoides dentro de mim?- Isso foi castigo por termos jogado tantos fora. – Tentei me defender.- Porra, Laís e Lucas vem juntos, de uma vez só? Como vou parir duas crianças ao mesmo tempo, doutor?O médico riu e senti Clara apertar minha mão com força.- A probabilidade de terem um casal é bem grande neste caso. E não se preocupe que é possível parir os dois, embora não ao mesmo tempo... Primeiro um e depois o outro. – Explicou o médico.- Pedro... – Ela me olhou, s
- Literalmente pode ser pior, pois a vagina alarga do tamanho da cabeça do bebê.- Raramente alguém morre por este “alargamento”. Fará o pré-natal certinho e dará tudo certo. Não tem a mínima possibilidade de dar algo errado, entendeu? E você está proibida de me deixar nervoso com isto.Suspirei:- É que eu li...Pedro tapou minha boca com a sua mão:- Estará proibida de ler nos próximos sete meses.Fiz sinal negativo com a cabeça e tentei falar, ainda impedida por ele. Enquanto ainda tentava me expressar oralmente, ele ria.Retirei sua mão e estreitei os olhos, furiosa:- Não pode me proibir de falar.- Posso, sim. Só vai falar se forem coisas boas.- Ok... Eu estava tentando dizer que não posso ficar proibida de ler nos próximos meses.- Não vou deixá-la fazer pesquisas sobre parto ou possíveis problemas que podem acontecer neles. Só ouviremos o médico.- Mas eu precisarei ler muito e fazer pesquisas. Mas não sobre o bebê ou a gravidez.- Sobre o que pesquisaria? – Ficou curioso.-
- E como isso foi acontecer? - Ainda queria entender, incrédulo.- Segundo o médico, o excesso de pílulas do dia seguinte causou alterações no ciclo menstrual, comprometendo a sua eficácia, ou seja, quanto mais se usa, maiores as chances de ela não funcionar e a gestação acontecer.- Eu disse a você que o excesso daquelas pílulas poderiam causar vários efeitos colaterais.- O nosso bebê meio que é um dos efeitos colaterais. – Ri.Pedro me pegou no colo:- O melhor efeito colateral que já aconteceu na minha vida.Enquanto ele me conduzia entre as caixas, tentando encontrar espaço para caminhar, ajeitei seus cabelos negros e perguntei:- Está feliz? Meio que... Você tinha medo de ter um filho.- Sim, realmente tinha... Antes de conhecê-la – me pôs sobre o colchão ainda ensacado num canto do quarto – Agora tudo que quero é realizar todos os nossos sonhos, querida. E neles sempre estiveram inclusas duas crianças.- Acha que vem primeiro o Lucas ou a Laís?- Não importa qual dos dois venha










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