Assim que cheguei em casa, passei direto por meu pai, que olhava televisão na sala e abri a mochila que havia levado na viagem, colocando mais roupas dentro. Minha máquina fotográfica já estava ali. Passei a mão na máquina de escrever, nos materiais escolares e peguei Pipeline, que rosnava e me lambia, feliz com o meu retorno, certamente louca de saudades.
Mas eu não tinha sequer tempo de dar-lhe atenção. Assim que terminei d arrumar tudo, em menos de cinco minutos, já ouvi a confusão vindo da sala, com meu pai aos berros, certamente por conta da roupa de minha mãe, que nem dela era.
Quando saí pela porta Joaquim me olhou, incrédulo:
- Onde você pensa que vai?
- Vou embora desta casa. – Falei em alto e bom som, para que não houvesse nenhuma dúvida.
Ele gargalhou:
- Você e sua mãe estão loucas? Isso é uma brincadeira, não é mesmo?
- Não fico mais um minuto aqui. – Avisei.
- Mas... – olhou para minha mãe, dos pés à cabeça – As vagabundas irão morar juntas?
Balancei a cabeça, sorrindo de