- Podemos buscar hoje? – Beverly perguntou.
- Nossa, por que tão rápido? Você não disse que era para “caso precisasse”? Entendi que era futuro. – Flora criticou.
- O futuro é amanhã, Flora! – Ela riu.
Acabamos indo todas para a farmácia do pai da colega e saindo de lá cada uma com um comprimido azul, “contrabandeado” e ainda de graça. Somente Flora não quis e achou tudo uma loucura.
Quando saímos da Farmácia, perguntei à Flora:
- Vai para casa?
- Não! Papai vai me buscar e vamos dar uma volta na empresa.
- O que vai fazer lá?
- O Ensino Médio acabou, Clara! E eu vou ter que trabalhar na empresa do meu pai. Não há outra pessoa para assumir os negócios.
- E o sonho de ser arquiteta?
- Talvez eu tenha que abrir mão... Ao menos por enquanto.
- Já contou ao seu pai sobre querer cursar Arquitetura?
- Talvez eu fale hoje.
- “Talvez” não. Você “precisa” falar. O seu pai é um amor. Jamais a obrigaria a fazer algo que não é de sua vontade.
- Sim, exatamente por ele ser um pai maravilhoso que nã