Raila Salim
Era uma manhã ensolarada no sítio, e eu estava de calça jeans, botas e uma blusa velha que minha tia Marta insistiu que eu usasse. "Pra não estragar roupa boa, menina!" ela disse, com aquele tom de autoridade que só tias têm. A missão do dia era alimentar os porcos. Não era exatamente o que eu chamaria de "programa ideal", mas eu estava animada. Afinal, quando você está no sítio, tudo vira aventura.
Minha tia liderava o caminho com um balde cheio de comida para os porcos. Eu a seguia com outro balde, mais pesado do que eu imaginava. Os porcos já estavam fazendo a maior algazarra no cercado, como se soubessem que o almoço estava a caminho.
— Esses bichos comem mais que o meu pai! — comentei, tentando equilibrar o balde sem cair.
Ela soltou uma gargalhada.
— E fazem menos sujeira que ele, se quer saber!
Chegamos ao cercado, e os porcos começaram a grunhir ainda mais alto. Eles se amontoaram perto da cerca, empurrando uns aos outros como se fosse Black Friday. Minha tia abri