Então, que direito ele tinha de julgá-la?
— Bia... já que é assim, eu tratarei qualquer filho seu como se fosse meu.
— Hm?
Que confusão era essa, de onde vinha essa história de filho?
— Você está estranho hoje, o que está acontecendo?
— Nada, vamos comer.
Daniel baixou o olhar, descascando os camarões que ela tanto gostava de comer.
Beatriz também não perguntou mais, pois sabia que Daniel era assim; ele podia ser astuto com outras pessoas e situações, mas com ela, ele se perdia, cheio de dúvidas e com um temperamento difícil.
Estar com alguém assim era de fato difícil, mas ela havia perdido tanto, e mesmo sabendo que o amor de Daniel por ela era quase patológico, ela ainda sentia seu coração aquecer.
Alguém a amou por vinte anos.
Quando todos a abandonaram, ele estava lá.
Quando seus pais planejaram um futuro sem ela.
Quando ela esperava desesperadamente por Afonso, e ele estava comemorando o aniversário de Débora.
Todos a abandonaram, mas ele, mesmo antes de conhecê-la, já havia dado