Beatriz abriu a boca, querendo dizer algo, mas por um momento não soube o que dizer.
Ela sabia que, se não fosse por Daniel chegar a tempo, ela teria sido violada por outra pessoa.
Mas, se o agressor fosse um sequestrador, ela poderia odiá-lo justificadamente pelo resto da vida, desejando matá-lo, comer sua carne e beber seu sangue.
Mas como foi Daniel, ela não conseguia odiá-lo.
No entanto, ela sentia que nem sequer tinha o direito de detestar o criminoso que a estuprou, essa dor a impedia de seguir em frente por muito tempo, até mesmo sentindo-se de certo modo obsessiva.
Ela não conseguia dissuadi-lo.
Ele também não conseguia se convencer, assim permaneceram em um impasse, sem saber quando isso terminaria.
Talvez, o tempo daria a melhor resposta.
Ela continuou andando cabisbaixa, dirigiu até o shopping, comprou algumas coisas e chegou à família Costa.
Ela pensou que Daniel estivesse a seguindo todo o caminho, até que ele também saiu do carro, trazendo presentes que havia preparado co