Um anjo para mim

Ao se aproximar de uma grande porta entreaberta pode ver Hoffman sentado no chão ao lado da enorme cama cercada de brinquedos e decorações infantis, o homem conversava com o garotinho com uma voz carinhosa, passava as mão sobre os cabelos claros do menino:

-Papai.. eu tive um sonho.. e nesse sonho um anjo me falava para eu não ter medo..Porque Deus ia mandar uma mamãe para cuidar de mim…

Hoffman sorriu dizendo em um tom amoroso, enquanto acariciava o rosto do menino:

-É mesmo? Que bom meu filho..

Nesse momento o menino percebe Anabell olhando entre a abertura da porta e fala para o pai:

-Ela chegou papai! pede para ela entrar!

O magnata rapidamente olha para trás e vê a jovem aguardando a oportunidade para entrar, devido a distância Anabell não ouviu o que eles conversavam.

-Anabell por favor entre o Victor que te conhecer..

A moça entrou no quarto vestindo um lindo vestido branco rodado com flores azuis o que se destaca com a iluminação da grande sacada do quarto, seu perfume doce inevitavelmente tomou conta do ar, pai e filho sentiram aquela doce fragrância, e ao mesmo tempo de forma imperceptível suspiraram.

Anabell caminhando lentamente sorriu carinhosamente jogando os belos cachos para trás, e se sentando ao lado do garotinho disse:

-Olá Victor eu sou a doutora Anabell, vim de bem longe só para cuidar de você.. Espero que possamos ser amigos.

O menino estendeu a mãozinha pálida encostou no rosto da moça, sorriu dizendo:

-Você é mais linda do que o anjo havia me dito..Promete que não vai me deixar?

Anabell um pouco surpresa olhou para o magnata pois ele havia dito que o menino, não gostava de estranhos..

-Filho esta é a médica que o papai contratou para cuidar de você, é apenas uma coincidência ok?

Victor sorriu ignorando o que seu pai havia dito, dizendo que estava com um pouco de sono e que com a chegada de Anabell ele poderia dormir sem sentir medo, e que os trovões não iriam machucá-lo,  deitando na cama abraçou um ursinho e adormeceu..

A jovem sem entender nada cobriu o menino, se levantando delicadamente se dirigindo para mais perto da porta do quarto falou:

-Senhor ele não tinha problema com estranhos?

O homem puxando Anabell de forma educada para fora do quarto explicou sobre sua conversa com o garotinho, se referindo ao sonho que ele teve como um possível delírio por conta do excesso de medicação, a jovem compreendendo a situação concordou com o chefe. 

Durante aquela semana ensolarada Anabell utilizou de inúmeras técnicas de psicoterapia, e o garotinho respondeu  bem a cada uma delas, trazendo um pouco de incredulidade a tudo que o homem havia relatado a ela e o que estava escrito no prontuário do menino…

Porém tudo mudou apenas com uma notícia, a previsão do tempo para os próximos dias seria de fortes chuvas.

Anabell percebeu que o clima na mansão havia mudado aos poucos, se tornando um pouco triste.

A doutora tomava seu café como de  costume no final da tarde em uma bancada da grande cozinha da mansão, e de repente o clarão de um relâmpago iluminou a mesa, e no mesmo instante um grito aterrorizado vinha da sala de estar.

Todos correram para a sala, Victor estava descontrolado jogando as coisas chorando enquanto se machucava com as próprias mãozinha ficando as unhas em um dos bracinhos pálidos, os empregados tentavam segurá-lo até que a enfermeira contratada chegou com uma seringa, de tranquilizante para aplicar no menino.

-Espera! não vamos fazer essa medicação! (gritou Anabell procurando um cobertor na sala)

Os funcionários desesperados, diziam que não tinha maneira do menino se acalmar sem aquela medicação e um deles correu para chamar Hoffman que nesse momento estava chegando na mansão.

Anabell contrariando a vontade de todos se desviava dos objetos que Victor jogava descontroladamente enquanto se machucava, a moça estrategicamente pegou uma manta de veludo branca que decorava um dos sofás de luxo da sala, e agarrou Victor de forma firme porém cuidadosa, caindo no chão o segurando entre seus braços.

Com a queda ela acabou cortando umas das mão em um dos pedaços dos vasos que o menino havia arremessado.

Todos ficaram chocados ao ver a doutora abraçando o menino completamente desesperado em seus braços.

-Victor presta atenção sou eu a Anabell lembra? Nós brincamos bastante esses dias lembra?..(segurando menino enquanto ele se debatia gritando)

Nesse momento a jovem prendeu o menino o máximo que podia e começou a cantar uma canção infantil que a tia do orfanato cantava para as crianças que estavam com medo: 

“O senhor é meu pastor…nada me faltará deitar me faz em verdes pastos

Em fim vou descansar..Porque Deus está comigo e nada pode me incomodar”

Anabell com uma voz suave e muito carinhosa cantava verso…por verso, enquanto Victor se acalmava, aos poucos o menino parava de chorar,a manta branca suja com o sangue dos dois lentamente era manchada. 

Hoffman estava parado em frente à entrada da sala completamente sem palavras, pela primeira vez viu alguém acalmar seu filho sem qualquer tipo de medicação.

Após longos minutos Victor adormeceu pelo cansaço segurando fortemente a manta, o magnata se aproximando da doutora ajoelhou em sua frente, nesse momento ele olhou diretamente nos olhos castanhos de Anabell dizendo:

-Como você fez isso?( perguntou o homem retirando a manta suja ajudando a médica a carregar o menino)

-Senhor Hoffman…existem situações nessa vida que apenas Deus pode ajudar..( falou a moça se levantando do chão limpando os ferimentos do braço do menino)

Os dois caminharam juntos até o quarto do pequeno, o colocando na cama, o sangue de Anabell ainda escorria pela mão, então homem após colocar o garotinho na cama pediu um kit simples de primeiro socorros a uma empregada, e pedindo para doutora se sentar no sofá no quarto do menino se ajoelhou em sua frente e começou a limpar o ferimento.

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