MIRELA
Os meses passaram voando, como se o tempo soubesse que eu estava contando os dias pra segurar meu filho nos braços. A cada ultrassom, cada chutinho dele dentro de mim, o amor crescia, se espalhava pelo meu peito, pelos olhos, transbordava em lágrimas de emoção.
A casa nova já tinha cheiro de lar. O quartinho do Lucas — nosso anjo com nome de herói — estava pronto, azul clarinho nas paredes, móveis de madeira branquinha, ursinhos decorando as prateleiras, roupinhas cuidadosamente dobradas. Toda vez que eu passava pela porta, sentia um aperto no peito.
Amor, saudade, medo… tudo junto.
Thiago fez de tudo pra me mimar nesses últimos meses. Massagens nos pés, lanchinhos na madrugada, beijos na barriga, juras de amor sussurradas pra mim e pro bebê. Às vezes, ele ficava horas só olhando meu corpo mudar, encantado, como se estivesse vendo um milagre acontecer bem diante dos olhos dele.
Eu me sentia bonita, amada, mesmo com o cansaço, as dores nas costas e os inchaços. Ele fazia tudo