THIAGO
A festa começou como todas as outras que eu costumava fazer antes da Mirela aparecer na minha vida: bagunçada, barulhenta e completamente fora de controle. Eu tinha mandado mensagem no grupo, e não demorou muito pra galera colar. Uns caras que eu nem lembrava mais o nome trouxeram as garotas, e as garotas trouxeram as drogas. Quando vi, meu apartamento já tava tomado por corpos suados, risadas altas, gemidos e música pesada.
O cheiro era uma mistura de cigarro, maconha, perfume barato e sexo. Tinha garrafa espalhada por tudo quanto é canto. Uns já transavam no sofá, outros na varanda, e até na cozinha tinha um casal se pegando em cima da bancada, como se aquilo fosse normal.
Normal. Aquilo sempre foi meu normal.
Eu andava pela sala segurando um copo de whisky como quem segura uma arma carregada, disposto a usar contra mim mesmo. Já estava na segunda dose e o amargo não queimava mais a garganta como antes.
Agora, parecia que queimava direto o peito.
— Thiago! — uma loira veio