THIAGO
Quando eu acordei, a Mirela já não tava mais na minha cama. Mas o cheiro dela ainda tava ali. Impresso nos lençóis, no travesseiro… em mim. Merda. Tampei o rosto com as mãos e só consegui pensar uma coisa:
— Que merda eu fiz?
O pai dela confiou ela a mim. Deixou ela sob a minha responsabilidade. E eu fui lá e... ferrei tudo. Eu tinha ultrapassado uma linha que jamais deveria ter cruzado.
Levantei sem pensar muito, meio no automático. Tomei um banho gelado, tentando esfriar a cabeça e apagar as lembranças da noite passada, mas quanto mais a água caía, mais eu lembrava do corpo dela molhado colado no meu. Do jeito que ela gemia baixo no meu ouvido. Do olhar dela.
— Droga.
Vesti qualquer roupa, peguei as chaves do carro e fui direto pra sede da minha empresa. Nada de home office hoje, eu precisava ocupar a cabeça. Qualquer coisa que me fizesse esquecer a Mirela. Ou pelo menos fingir que eu era um homem decente.
Passei o dia mergulhado em planilhas, reuniões, pendências. Dando bron