Alexander Narrando
Acordei com a Norah encaixada nos meus braços, o corpo dela quente, a respiração calma batendo no meu peito. Fiquei alguns segundos parado, só sentindo. Sentindo ela ali. Sentindo a vida pulsar de novo dentro de mim.
E, pela primeira vez em muito tempo, acordei com esperança de verdade.
Esperança de voltar a andar.
Esperança de poder carregar a mulher que eu amo no colo.
Esperança até de coisas simples e íntimas, como poder ficar de pé com ela nos meus braços, sem medo, sem limites.
Ela se mexeu devagar, espreguiçando, e abriu os olhos. Linda demais. Com aquela cara de sono que desmonta qualquer homem.
— Bom dia — ela murmurou, sorrindo.
— Bom dia, meu amor — respondi, beijando a testa dela.
Ficamos ali mais alguns minutos, aproveitando o silêncio, até eu puxar a cadeira pra perto da cama.
— Vou passar pra cadeira — avisei.
Ela já levantou automaticamente, atenta, mas sem aquele olhar de preocupação excessiva. Ela confia em mim. E isso muda tudo.
Passei da cama pra