CAPÍTULO XIX
ALTO-MAR
Kel’Enner aguardava por Maia, já impaciente com o atraso. O dia mal havia nascido e as ruas de Pontamar já estavam movimentadas, pescadores caminhavam em direção ao cais, redes nos ombros e arpões nas mãos. Os comerciantes principiavam a abrir suas portas.
— Estou aqui — ouviu a voz às suas costas.
— Eu sei, eu vi você.
— Não, você está blefando, tenho certeza de que não me viu. Adoro esse joguinho sabia? Acho esconde-esconde muito sexy.
— Não só percebi sua aproximação, como a do homem que está lhe seguindo.
— Como é?
— Não olhe agora. Camisa verde rasgada no ombro direito, rede de pesca debaixo do braço. Com certeza é um espião, já que dificilmente perceberíamos sua presença se fosse um assassino da guilda.
— Como você...
— Eu também fui seguido. Parece que Gladius quer se certificar de que embarcaremos naquele navio.
— Desgraçado.
— Acho que não preciso lembrá-la de que a culpa é sua — encarou Maia de frente, mas apesar da dureza em suas palavras, suas feições