Laura Martins:
— Está doendo? — Pergunto, suavemente, passando um algodão embebido em antisséptico nas feridas no rosto de Olivia.
Olivia está sentada na minha frente junto a mesa da cozinha, onde coloco os frascos, usando uma das minhas roupas – uma camiseta grande e um short confortável–. Seu cabelo ainda está úmido do banho, e ela parece exausta. Seus olhos, agora limpos das lágrimas e da sujeira, brilham com uma mistura de dor e alívio. Estou passando pomada nas feridas em seu rosto, minhas mãos tentando ser o mais delicadas possível.
Quando contei a ela que Fernando mandaria um motorista para leva-la ao hospital Olivia só faltou gritar dizendo que não iria, tentei convence-la, mas ela não me deu ouvidos. Ainda está muito magoada com ele, não posso culpa-la. Para nossa sorte, eu tenho alguns remédios dentro de casa.
— Só está ardendo um pouco — responde, cerrando os dentes. Tento ser o mais gentil possível, mas sei que provavelmente estar doendo mais do que ela deixa transparece