Laura Martins:
Observo Cristiane desaparecer por entre as portas do hospital.
"Calma, coração, calma!" — Digo a mim mesma, tentando controlar o nervosismo. Como que ele vai reagir? Eu deveria ter aceito o vestido novo, e se ele pensar que eu não tenho outra roupa?
“Mas você não tem outra roupa” — a voz insistente da minha consciência me lembra, como se eu já não soubesse da minha limitada seleção de vestuário. “Ele não precisa saber disso,” contra-argumento em pensamentos.
Vários carros estacionam e pessoas elegantes saem de dentro, vestindo roupas chiques e ternos pomposos. Mordo os lábios. Pego meu celular na bolsa e confiro mais uma vez o horário, são quase vinte horas.
Viro o rosto e observo mais um carro preto estacionar, apenas uns dois metros distante de mim; a porta se abre um homem sai, demoro um pouco, mas consigo reconhecer, é homem que entrou ontem na sala de Fernando, o nome dele... Pietro, isso, é Pietro. Ele está bonito, o terno chique lhe caiu bem, ele dá a volta no ca