Laura Martins:
Ao passar pela porta giratória, o ar gélido dos ar-condicionados invade os meus pulmões, junto com o cheiro da limpeza antisséptica. As luzes brancas reforçam a sensação de que o ambiente está ainda mais estéril.
Várias mesas pelo pavilhão da recepção, praticamente todas ocupadas, as pessoas conversam entre si, observo algumas jovens andando por entre as mesas, conversando com os rapazes; todas bem vestidas, cabelos perfeitamente arrumados em penteados que combinam com o formato de seus rostos. Levo uma mão até o meu cabelo, o qual apenas lavei, passei creme e deixei solto, agora ele já está seco e cacheado na altura dos meus ombros.
Pelo canto do olho, localizo Cristiane sentada em uma mesa, junto a sua filha, também tem um senhor. Será que é o pai de Fernando?
Começo a caminhar entre as mesas, mas paro ao sentir a mão de Fernando em minha cintura.
— O que...
— Por aqui — ele responde sem me deixar terminar a pergunta.
Deixo que ele me guie, caminhamos até uma me