Fernando Duarte:
— Eu não sabia que era você — ela aumenta a voz, me fazendo calar novamente. — Naquele restaurante, eu não menti quando disse que não sabia que era você, sim, eu menti quando você me perguntou sobre sua mãe, você tinha razão, eu a conhecia, mas não foi eu quem a fez te obrigar a ir.
— O que você está...
— Eu queria cancelar o contrato ao te reconhecer, dar em cima de você por ser paga me pareceu tão sujo, logo você, o homem que me tirou das ruas, me deu comida, e por ironia do destino, ainda é o dono da empresa que aceitou assinar minha carteira mesmo sem eu ter terminado o ensino médio, me dando chance de recomeçar.
— Então você cancelou? — Minha pergunta sai como súplica, esperança de que tudo não foi uma farsa.
Um bolo ainda maior se forma em minha garganta, Laura balança a cabeça e mais lágrimas escorrem de seus olhos. Minhas mãos começam a tremer, as fechos em punho e desvio o olhar.
— Esse tempo todo você... — começo, mas Laura me interrompe.
— Depois daquele di