Alice
Cheguei em casa com o coração ainda acelerado e o gosto daquele beijo teimando em não ir embora. A noite estava fresca, o portão rangeu como sempre quando empurrei e a luz da varanda tremeu, meio que querendo apagar de vez. Típico.
A casa estava em silêncio. Só o som do ventilador do quarto de Júlio girando como uma hélice velha.
Larguei a bolsa no sofá, tirei os tênis e fui direto até o quarto dele.
A porta estava semiaberta e, claro, lá estava o meu melhor amigo... esparramado na cama como um gato preguiçoso babando no travesseiro.
— Júlio...
Nada.