(Visão Lorena)
Senti um arrepio subir pela minha nuca do nada, daquele jeito que parece aviso… presságio. Fiquei parada no meio da sala, respirando fundo, tentando ignorar.
Alana estava sentada no tapete com seus lápis de cor, a língua pra fora em concentração enquanto Joyce ajudava com uma atividade da escola. A cena era tranquila… mas meu peito não estava.
Suspirei outra vez, sentindo aquele aperto conhecido.
Rafael.
Ele parecia cada vez mais longe. Educado, gentil… mas frio com respostas curtas, olhar desviado, sempre apressado pra sair de perto.
Era pior do que se ele tivesse brigado comigo. Porque assim… eu sentia como se estivesse perdendo algo que nem cheguei a ter.
Meus olhos baixaram para a aliança no meu dedo. Aquilo brilhava pesado, como um lembrete preso à minha pele.
A sessão com a psicóloga da Alana tinha sido boa, pelo menos isso. A doutora tinha jeito, conseguia acalmar a minha pequena… conduzia tudo com cuidado, sem pressa. Eu tinha esperança.
Já quando chegou a minh