Acordei com a cabeça latejando, não só pela bebida, mas pela sensação sufocante de que eu tinha feito merda. Uma merda enorme.
Demorei alguns segundos pra entender onde estava. O teto escuro, cheiro de perfume doce misturado com vinho. A luz vermelha ainda acesa, fraca. E então eu virei o rosto.
Sophia estava nua ao meu lado, dormindo de bruços, com a respiração lenta, tranquila, como se nada tivesse acontecido. Como se a noite não tivesse sido um erro absurdo.
Fechei os olhos com força.
Droga. Droga.
Passei a mão no rosto, pressionando as têmporas, tentando segurar aquela onda de arrependimento que subia como uma maré. O quarto parecia pequeno demais de repente, como se estivesse me esmagando.
Virei o relógio de pulso no chão para enxergar as horas.
04:12 da manhã.
— Ótimo… — murmurei, quase num riso sem humor.
Comecei a procurar minhas roupas no escuro, tentando fazer o mínimo de barulho possível. Calça no canto da cama. Camisa caída perto da porta. Cinto pendurado na mesa. Me vesti