— Milena! — gritei, atravessando o corredor.
Quando entrei no banheiro, o chão girou.
Ela estava encostada na parede, o olhar perdido, a mão pressionando o pescoço… e o sangue jorrando entre os dedos.
— Meu Deus… — eu corri até ela, com o estômago revirando. — Milena!
O sangue quente manchava a sua roupa, escorrendo pelo braço.
Atrás, Nicolas lutava com um homem que segurava uma faca. O som das lâminas batendo no azulejo, o choque dos corpos, tudo ecoava.
— Aguenta… tá me ouvindo? — tirei o blazer e pressionei com força no ferimento. O sangue não parava. — Fica comigo, Milena, olha pra mim!
Os olhos dela tremiam, cheios de lágrimas.
— Ra… Rafael… dói…
— Eu sei, eu sei, calma. Não fala, só respira, tá?
E então o som veio, um estalo seco, tão alto que pareceu parar o tempo.
Olhei por cima do ombro e vi o homem caído no chão, com o pescoço virado num ângulo impossível.
Nicolas estava de pé, respirando pesado, as mãos abrindo e fechando e seus olhos… só os vi daquele jeito uma vez.
Mil