Passei as mãos no rosto, tentando manter a calma. Sentia meu corpo e mente esgotados.
— Estava com minha irmã no shopping — comecei, com a voz rouca. — A gente foi comer alguma coisa, ela quis ir ao banheiro… e o guarda-costas dela, o Nicolas, ficou esperando perto da entrada. Quando ele desconfiou de alguma coisa, entrou, e eu fui logo atrás.
O delegado me observava com atenção.
— Quando cheguei lá, ele estava lutando com um homem armado com uma faca. A Milena tava caída no canto, com o pescoço cortado. — Engoli seco. — O Nicolas fez o que tinha que fazer… ele defendeu ela. Foi legítima defesa.
O delegado e o homem ao lado dele trocaram um olhar rápido, meio surpreso.
— Então o sujeito tentou matar sua irmã… — murmurou o delegado, ajeitando o paletó.
Assenti, cansado.
— É o que parece. E eu tenho quase certeza de quem tá por trás disso. — Respirei fundo, olhando pro chão antes de encará-lo. — O meu tio.
O delegado ficou em silêncio por alguns segundos, só me observando.
O degela