(Alessandro)
Eu já estava a caminho do restaurante, mas ainda com a cena presa na cabeça: Rafael ajoelhado do lado de Larissa, segurando ela com aquele olhar preocupado como se fosse o homem certo na hora certa. Eu respirei fundo e desviei o olhar antes de fazer uma besteira. Queria ir até ela. Queria ter sido eu ali. Mas não podia. Não hoje.
Hoje era dia de encarar outra verdade — ou pelo menos tentar descobrir uma.
O restaurante era afastado, discreto, com pouca gente nas mesas. Cauã já estava lá, sentado num canto com a mesma jaqueta surrada de sempre e aquele jeito de quem observa o mundo mais do que fala com ele. Me aproximei e ele levantou o queixo em cumprimento.
— Alessandro.
— Cauã. — Sentei. — Pediu alguma coisa?
— Ainda não. Queria esperar você.
Chamamos o garçom, pedimos dois cafés e algo leve pra comer.
— Tá, fala. O que é tão importante?
Ele tirou uma pasta fina da bolsa lateral e colocou sobre a mesa três fotos reveladas. Peguei uma delas. Era Chiara. Entre dois homens.