Olhei pra ela e, pela primeira vez, percebi o tamanho do abismo entre o que achava que sabia e a verdade.
Ela tinha diabetes, não falava com a família. Morava num lugar simples, lutava todos os dias com a própria saúde. E mesmo assim, carregava aquele olhar firme, corajoso.
Eu não sabia nada sobre ela.
E agora, sentindo o peso disso, tudo que eu queria… era aprender.
Respirei fundo.
Aquela mulher à minha frente... tão forte e ao mesmo tempo tão vulnerável. Eu não conseguia tirar da cabeça a imagem dela tremendo, a glicose despencando, o desespero nos olhos. Meu peito estava apertado, mas eu precisava começar de algum lugar.
— Antes de qualquer coisa... — minha voz saiu mais baixa do que eu queria — eu preciso te pedir desculpas, Alice.
Ela virou o rosto pra mim, surpresa. Mas não disse nada, me deixou continuar.
— Pelo que eu fiz e o que eu disse aquele dia. Agi como um idiota, falei coisas horríveis e acusei você de algo que nem por um segundo eu acredito de verdade. E mesmo assim, d