Cap.88
(Diogo)
Parei o carro a alguns metros da casa. O motor ainda roncava baixo, mas dentro de mim parecia haver um trovão. Apertei o volante com força, respirando fundo, tentando segurar a raiva que queimava em cada músculo do meu corpo.
Desci devagar, seguido pelos três homens de confiança que escolhi trazer. Não precisava de mais do que isso. Olhei em volta, analisando o cenário.
A casa era grande. Fachada pintada de branco, vidro fumê nas janelas, jardim bem cuidado, portão eletrônico. Um carro importado parado na garagem, brilhando como se tivesse saído da concessionária ontem.
O contraste era um soco no estômago, eles viviam no luxo, cercados de conforto, enquanto meu filho, o meu filho, estava magro, com roupas rasgadas, passando fome e sendo humilhado naquele colégio imundo.
Senti o maxilar travar e meus punhos coçavam para quebrar alguma coisa.
— Se posicionem. — falei baixo, sem tirar os olhos da casa.
Um deles se aproximou.
— Quer que a gente cubra possíveis rotas de fu