CAPÍTULO 4
O som de uma discussão dentro da casa chegou aos meus ouvidos.

Sampson, ao saber que estava prestes a perder seu posto de alfa, claramente não conseguia mais ficar parado.

Eu não vou dar a ele nenhuma chance de se explicar. Ele vai pagar pelo que fez.

Ele que desapareceu por três meses, cortou nossa conexão e abandonou todas as responsabilidades da alcateia. Agora, nada mais justo que a Luna exausta finalmente possa descansar um pouco.

Passei um dia tranquilo na casa que Lambert tinha preparado para mim.

Quando Lambert veio ter comigo para o funeral, trouxe novidades interessantes.

— Os amigos dele estão desesperados atrás de você, quase vieram até minha alcateia para confirmar se você estava mesmo lá.

Dei um sorriso de canto:

— Quando eu procurei por ele, quase enlouqueci e ele nem deu as caras. Agora chegou a vez dele sentir um pouco do que é isso.

Peguei um vestido preto e branco antigo, abri o nécessaire e deixei o rosto pálido com maquiagem. Pinguei colírio nos olhos até parecer que eu estava sempre prestes a chorar.

No espelho, meu reflexo era o retrato do desespero, perdida de tanta dor. Ao sair, Lambert e eu seguimos caminhos diferentes para o funeral.

Segurando o pen drive com tanta força que meus dedos ficaram pálidos, cheguei ao local do funeral e vi que Lambert já estava lá, me esperando.

Ele vestia um terno preto, atravessou a multidão de lobos e veio até mim, deu um tapinha no meu ombro e, em tom solene, disse para eu ser forte.

No funeral do alfa, todos os lobos da alcateia comparecem. Logo, a praça estava lotada de lobos em luto, além de parentes e amigos que nem sabiam a verdade.

A tristeza no ar era tanta que até eu fiquei com o coração apertado.

Sampson, como alfa, você não enganou só a mim fingindo sumiço. Fez de todos da alcateia e de quem te ama, palhaços.

Hoje é o dia de você pagar por tudo isso.

Recebia os lobos que vinham prestar suas condolências, muitos deles eram alfas de alcateias que tinham negócios com a alcateia do Sampson. Depois de tudo isso, a credibilidade dele ia despencar, duvido que algum deles aceite fazer parceria de novo.

Os amigos do Sampson me olhavam com caras feias enquanto eu cumprimentava os convidados. Até que um deles não aguentou, me puxou para o lado e sussurrou, aflito:

— Bethany, você enlouqueceu? Acaba logo com essa farsa, o Sampson tá vivo!

Pisquei devagar, forcei algumas lágrimas e, tomada pela dor, respondi:

— Não precisa tentar me consolar. Eu sei que mortos não voltam, já está na hora de aceitar a verdade. Não posso mais me iludir achando que ele vai voltar.

Ele ainda quis insistir, mas Lambert entrou na frente:

— Bethany, todos aqui estão sofrendo muito por causa do funeral do Sampson. Espero que você também consiga superar isso logo.

Lambert me puxou para longe, só parou quando estávamos bem distantes daquele sujeito.

— Já chegou quase todo mundo. — Avisou Lambert.

Levantei as sobrancelhas para ele:

— Então se prepare, o espetáculo vai começar.

Subi no palco, peguei o microfone e anunciei para todos da alcateia:

— Hoje é um dia triste. Nosso alfa se foi, e agradeço a todos por terem vindo ao funeral dele...

Não consegui terminar. Um grito me interrompeu:

— Bethany, você enlouqueceu? Eu já falei que o Sampson não morreu!

Desiree veio correndo, arrancou o microfone da minha mão.

— Você ainda é Luna? O Sampson nem apareceu morto e já faz funeral para ele!

Olhei em volta, sem ver nenhum sinal do Sampson.

Mesmo agora, ele ainda não tem coragem de aparecer?

Falei fria:

— Desde quando você tem direito de interromper a Luna? Quem é você, pra questionar a Luna?

Desiree ficou paralisada, os olhos cheios de lágrimas, incrédula:

— Como você pode ser tão cruel? O Sampson nem morreu e você já deu ele como morto!

Meus olhos foram direto para as marcas no pescoço dela, e para o colar da minha mãe. Num impulso, puxei o colar de Desiree, cheguei perto do ouvido dela e murmurei:

— Não morreu? Pra mim, um alfa que trai é tão bom quanto morto.

Desiree ficou completamente travada, imóvel.

Tomei o microfone de volta e, quando ia retomar a palavra, uma figura maltrapilha apareceu diante de mim. Com a voz embargada, disse:

— Bethany, eu não morri... Eu voltei.
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