CAPÍTULO 3
Assim que desliguei, Lambert me mandou mais um vídeo.

No vídeo, um dos amigos do Sampson ficou subitamente agitado e disse algo para ele.

Sampson, furioso, quebrou o copo de bebida. As pessoas ao redor logo tentaram o acalmar, e Desiree, sem que eu entendesse o que ela disse, conseguiu fazer Sampson cair na risada e logo em seguida ele a beijou na boca.

Eu sabia que os anciãos tinham avisado sobre o funeral pela conexão, e mesmo que o Sampson tivesse bloqueado a ligação mental, os amigos dele ainda podiam receber as notícias.

O que mais me surpreendia era ver como umas poucas palavras da Desiree bastavam para mudar o humor dele.

Antes, quando ele se irritava comigo, eu precisava medir cada palavra, pois qualquer deslize me fazia ser expulsa de casa para refletir sozinha. Esse contraste só me deixava mais gelada por dentro.

Mas eu imaginava que, agora, o Sampson não estava nem um pouco preocupado. Afinal, por mais bravo que ficasse comigo, eu sempre acabava pedindo desculpas e implorando pelo perdão dele.

Salvei o vídeo em que Sampson e Desiree apareciam juntos, cheios de intimidade no bar.

Mal terminei, meu celular tocou com uma ligação da própria Desiree.

Atendi e fui atingida por uma barulheira ensurdecedora de música do outro lado da linha.

Desiree gritou com a voz estridente:

— Bethany, você tá maluca? O Sampson nem morreu e você já tá preparando funeral, ainda quer eleger um novo Alfa? Você sabe que, quando o Sampson voltar e ver o que você fez, vai ficar furioso, né?

— É melhor cancelar tudo, chamar uma reunião e admitir que tá louca de saudade e falou besteira!

Não esperei ela terminar e desliguei na hora. Depois, desliguei o telefone de vez, deitei na cama e finalmente dormi a noite mais tranquila desses últimos três meses.

Na manhã seguinte, recebi a lista dos membros com sangue de Alfa. Todos estavam animados para participar da eleição.

Sorri de leve, satisfeita.

Depois de definir todos os detalhes do funeral e da escolha do novo Alfa, fui até a porta da casa da Desiree.

A porta da casa da Desiree estava bem fechada, só abriu depois de eu bater várias vezes.

Quando Desiree apareceu, usava uma camisola de renda, e as marcas de uma noite agitada começavam no pescoço e sumiam sob o tecido.

Meu olhar foi direto para o colar de madrepérola da minha mãe, pendurado no pescoço dela. Fiquei séria, encarei o rosto da Desiree e cruzei o olhar com o dela, que parecia despreocupada.

— Espero que compareça ao funeral do Sampson. Afinal, você é a melhor amiga de quem ele mais preza.

Desiree me lançou um olhar fulminante e gritou:

— Bethany, você ficou louca? O Sampson sumiu, nem morto, nem vivo, e você já fala que ele morreu e vai fazer funeral?

— E se ele estiver vivo? Você tá praticamente rogando praga pra ele! Que tipo de Luna faz isso?

Tirei do bolso o aviso oficial sobre a eleição do novo alfa e joguei em cima dela:

— Já se passaram três meses. Ou foi morto por rogue ou foi devorado por urubus. A alcateia não pode ficar sem alfa. Já estou organizando a eleição para o próximo alfa.

— Você esqueceu como me convenceu a seguir em frente naquela época?

Quando soube do acidente do Sampson, fiquei tão abalada que quase desmaiei e precisei ser levada pro hospital pelos amigos dele.

— Bethany, aquela área é cheia de rogue, nem os guardas do Sampson têm notícia, as chances são mínimas.

— É, muito perigoso. Melhor não ir atrás.

Mas lutei para me levantar e acompanhei o grupo de resgate na trilha do Sampson, noite e dia, sem descanso.

Foram três meses inteiros sem dormir direito.

Como é que naquela época eu não percebi? Nos olhos dos amigos do Sampson não havia preocupação nenhuma, só aquele olhar de deboche, como se eu fosse uma completa tola.

Mal terminei de falar, ouvi um estrondo vindo do quarto da Desiree.

Quando ela viu o carimbo dos anciãos na convocação da eleição, seu rosto mudou na hora. Ela achava que eu estava só blefando na assembleia, que jamais teria coragem de tocar a eleição de verdade.

— Bethany, não inventa moda. Se o Sampson voltar, ele não vai te perdoar!

Dei uma risada leve, sem me importar.

Desiree me lançou mais um olhar raivoso e bateu a porta com força.
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