Terceiro mês desde o desaparecimento do meu alfa durante a patrulha, eu o encontrei num bar na fronteira. Ele estava abraçado com a lobinha de infância, sorrindo cheio de satisfação: — Eu já queria me livrar da Bethany fazia tempo. Valeu mesmo pela ideia, finalmente senti de novo o gostinho da liberdade. A lobinha se aninhava no colo dele, toda manhosa, servindo bebida na boca e perguntando quando ele ia aparecer. Ele respondeu, sem a menor preocupação: — Vou curtir mais uma semana. Quando a Bethany estiver quase enlouquecendo de tanto me procurar, aí sim eu volto. Assim ela aprende a não se meter tanto na minha vida. Os amigos dele logo elogiaram: — Essa foi genial. Depois disso, a Luna vai obedecer tudo o que você mandar. — Esse elixir de disfarce das feiticeiras é mesmo uma maravilha, ninguém reconheceu até agora. O que eles não sabiam era que eu, escondida no escuro, tinha visto toda a cena do jeito mais claro possível. Peguei o celular e, na mesma hora, liguei para os anciãos da alcateia. Como Luna, anunciei oficialmente a morte do Alfa e dei início ao processo para eleger o próximo líder.
Leer másA equipe de resgate procurou por três dias e não encontrou nem um fio de cabelo do Sampson. Desiree já estava à beira de um colapso, chorando dia e noite.Vendo o estado deplorável dela, não senti um pingo de pena. Afinal, foi ela quem teve essa ideia. Quando foi comigo, passei três meses chorando, desesperada.Agora é a vez dela, e em poucos dias já não aguenta mais?Na quarta noite, Sampson apareceu de repente. Veio direto me abraçar, tremendo:— Bethany, eu sabia que você ainda me ama. Se não, não teria passado três dias e noites me procurando quando soube do meu sumiço.— Eu sei que errei, foi a Desiree quem teve essa ideia. Agora fiz ela passar pelo mesmo, ficou sem me encontrar.— Você não devia ter vindo, assim eu teria ficado sumido por mais tempo, pra ela sentir um pouco do seu sofrimento. Mas, já que você veio, fiquei ainda mais feliz.Sampson continuava a falar sem parar, até levar um soco do Lambert que o derrubou no chão:— Sampson, fica longe da minha Luna.Sampson limpo
Durante muito tempo, não vi mais o Sampson.Coloquei toda a minha energia nos assuntos da minha alcateia, e praticamente todos os dias falava ou encontrava com o Lambert para tratar de negócios. Aos poucos, a relação entre nós ficou mais leve, aquela tensão inicial desapareceu e, mais do que parceiros de trabalho, viramos amigos de verdade.Um dia, fui até o escritório do Lambert para discutir a venda de minerais do mês e, por acaso, reparei numa foto emoldurada sobre a mesa dele. Era uma foto minha, tirada na época da escola.O que é isso? Por que tem uma foto minha na mesa do Lambert?Pelo ângulo da foto, dava pra ver claramente que foi tirada escondida, E ainda por cima ele teve o cuidado de colocar num porta-retrato.Lambert, sem jeito, foi até a mesa apressado e cobriu a foto, tentando disfarçar:— Não é nada, você deve estar enganada.Mas esse nervosismo só confirmou minhas suspeitas.Pisquei, provocando:— Ah, é? Então devo ter me confundido… Engraçado, eu ia perguntar se você
Sampson estava encolhido na porta da minha casa, tremendo de frio. Quando me viu chegar, um brilho de esperança apareceu em seus olhos.Franzi a testa:— O que você tá fazendo aqui na minha casa?Sampson correu até mim, agarrou minha mão e implorou:— Bethany, eu sei que errei! Por favor, não me deixa. Só eu te amo de verdade.Ele sentiu o fim do Vínculo de companheiros quando fui embora e entrou em completo desespero, me procurando por toda parte.Mas, vendo aquela cara de coitado, só senti repulsa.Com os olhos vermelhos, Sampson disse:— Bethany, já expulsei a Desiree da alcateia, trouxe seu bolo preferido. Daqui pra frente vou fazer tudo o que você quiser, só não vai embora, por favor.Arranquei minha mão da dele e empurrei o bolo no chão, fria:— Não quero. Tudo que passa pelas suas mãos me dá nojo.Aquele que dizia que eu era grudenta, controladora, que preferia fingir a própria morte a ficar comigo, agora se ajoelhava na minha frente implorando perdão.— Eu já te amei porque ach
Acabei de sair quando Lambert me chamou por trás.— Vai aonde? Deixa que eu te levo.Olhei para ele, sem rodeios:— Lambert, já decidi romper o Vínculo de companheiros com o Sampson.Ele ergueu a sobrancelha:— E daí?— Isso significa que entre nós não existe mais nada. Não precisamos manter contato à toa. — Respondi.Lambert deu um sorriso de canto, ainda com sangue do combate secando no lábio. Depois de anos vagando pela floresta, até como alfa ele tinha um certo ar de deboche.— Mas eu te ajudei, né? — Até me machuquei por sua causa. Vai me descartar assim? Ai, minha cabeça... deve ter machucado na briga. — Ele franziu a testa, fingindo estar mal, fazendo drama como se estivesse todo machucado, mas na verdade, o sangue em cima dele era todo do Sampson.Suspirei, sem paciência:— E o que você quer, afinal?Não posso negar, essa família toda adora um drama.— Eu sei que a alcateia do seu pai é muito forte. Depois de tudo isso, ele com certeza vai romper a parceria com o Sampson. Quer
Ao ouvir que eu ia romper o Vínculo de companheiros, Sampson ficou lívido, tremendo:— Não, não pode, Bethany! Eu não aceito romper nosso Vínculo de companheiros, eu te amo de verdade!Mas eu fui direta, sem piedade:— Você diz que me ama, mas consegue dormir com outras lobas como se nada fosse. Esse tipo de amor eu não quero pra mim.No meio daquela cena, todos os alfas das alcateias parceiras assistiam tudo, e ficou claro que Sampson nunca mais teria o apoio deles. Restava apenas tentar segurar a parceria com a minha alcateia, a do Leste.Agora, completamente isolado, Sampson respirava com dificuldade, depois soltou um sorriso frio:— Você fala que eu traí, mas cadê as provas? Esse vídeo só mostra eu e uma amiga passando a noite juntos, nada além disso.O jeito arrogante dele me fez perceber que esse homem era muito mais sem vergonha do que eu imaginava.— Bethany, se você admitir que errou, a gente pode voltar ao que era antes. Prometo manter a Desiree bem longe, ela nunca mais vai
Sampson subiu correndo no palco e me puxou para um abraço, tremendo ao gritar meu nome:— Bethany, eu voltei! Você não faz ideia de como senti sua falta.— Fui atacado por rogues durante a patrulha. Eles cortaram meu abdômen com uma faca de prata, mas um bom samaritano me levou ao hospital. Só assim consegui sobreviver para voltar e te ver.— Eu tô mesmo bem, olha só.Ele levantou a camisa e mostrou uma cicatriz horrível no abdômen, nem dava pra saber quem tinha feito aquilo.Eu não disse nada, fiquei só olhando ele atuar, sem nenhuma expressão.Sampson, ao ver minha falta de reação, ficou visivelmente desconcertado.Soltei uma risada fria:— Acabou o show?— Esse bom samaritano que te levou ao hospital, não era a Desiree, não?Na mesma hora, o rosto do Sampson ficou duro.Mesmo agora, ele ainda tenta bancar o inocente:— Bethany, do que você tá falando? Não tô entendendo nada... Seu companheiro alfa voltou, não deveria estar feliz?De tão cara de pau, acabei rindo de raiva. Toda a mág
Último capítulo