Eu entro na cozinha, buscando a caixa de cápsulas de café. Estou ansioso pela bebida quente, meus dedos estão quase congelados depois do trajeto do carro até a entrada da minha casa.
Os dias estão cada vez mais frios. O inverno rigoroso parece quase destruidor. Dizem que é o aquecimento global ou sei lá o que diabos, mas cresci na serra catarinense e nunca antes vivi outro inverno pior.
Com uma mão ajeito a cápsula na máquina, enquanto com outra, vou arrumando o telefone melhor no ouvido. Não reparo como a casa está silenciosa, porque normalmente Atalia não fala muito e porque Alice anda extremamente cansada de tanto brincar desde que a babá veio morar conosco.
Um pouco de mim avisa que minha filha tinha o temperamento difícil porque era uma criança cheia de energia com adultos irritados e sem disposição para brincar com ela. Mas, tento reprimir o pensamento, porque não vou ficar carregando todas as culpas do universo.
Eu trabalho muito. Eu tenho muitos clientes e não tenho apoio na c