Capítulo 6
A voz de Lorena não era alta, mas foi o suficiente para silenciar todo o hall. Muitos curiosos voltaram a espiar a cena, fascinados com o desenrolar do drama. Olhares curiosos e julgadores pousaram sobre Lorena, que apertava o contrato de divórcio em suas mãos. Seus dedos tremiam, mas seus olhos permaneciam firmes e decididos.

O rosto de Murilo endureceu imediatamente. Ele fechou os punhos com força e perguntou, tentando conter a raiva:

— Lorena, você realmente precisa fazer isso?

Lorena limpou as lágrimas do rosto e sustentou o olhar dele com firmeza:

— Não importa quantas vezes você me pergunte, minha resposta será sempre a mesma. Você só precisa assinar, e nós dois poderemos nos libertar disso.

Murilo não respondeu. Ele apenas fixou seu olhar frio e opressivo no rosto de Lorena. A intensidade de sua presença era sufocante, como se o ar ao redor tivesse ficado mais denso.

Agatha, observando a cena, sentiu um prazer maligno tomando conta de si. Seus olhos brilharam como fogos de artifício. Rapidamente, ela decidiu intervir, agarrando a camisa de Murilo com suas mãos delicadas, enquanto dizia com uma voz trêmula e cheia de falsa preocupação:

— Murilo, me coloca no chão... Por favor, não brigue com a Lorena. Foi tudo culpa minha!

O tom choroso de Agatha era como unhas arranhando um quadro negro dentro da mente de Lorena. Cada palavra parecia arrancar pedaços de sua paciência. Lorena soltou uma risada amarga e disse:

— Sr. Murilo, assine. Sua amante precisa de você.

As palavras “Sr. Murilo” fizeram Murilo explodir de vez. Seu rosto ficou pálido de raiva, e ele soltou uma risada amarga, cheia de sarcasmo:

— Está bem, Lorena! Você quer tanto se divorciar, não é? Então não se arrependa depois!

Lorena fechou os olhos por um momento, respirou fundo e respondeu com convicção:

— Eu nunca me arrependerei.

— Legal! Vamos nos divorciar, então! — Disse Murilo, colocando Agatha no chão com um movimento brusco.

Ele arrancou o contrato de divórcio das mãos de Lorena, e o som de seus punhos estalando podia ser ouvido à distância.

A voz de Murilo era fria, cortante como uma lâmina, atravessando Lorena como se quisesse partir sua alma em pedaços. As lágrimas quase escaparam de seus olhos novamente, mas ela as conteve. Em vez disso, ela forçou um sorriso e olhou para a recepcionista:

— Me empresta uma caneta, por favor.

— Ah... Claro! — Disse a recepcionista, estendendo a mão para pegar uma caneta.

Mas, antes que pudesse entregá-la, Murilo lançou um olhar tão penetrante e ameaçador que a jovem recuou imediatamente. Seus olhos estavam vermelhos, e sua expressão sombria era assustadora. Tremendo, a recepcionista balançou a cabeça e murmurou:

— Desculpa... Eu não tenho nenhuma caneta aqui.

Lorena começou a se mover para pegar uma caneta sozinha, mas, de repente, ouviu o som de algo caindo no chão. Uma caneta de metal havia escorregado da bolsa de Agatha.

— Ah! Desculpa! Foi sem querer! — Disse Agatha com um ar de inocência, mas ela não se abaixou para pegar a caneta.

Lorena não perdeu tempo. Ela pegou a caneta e a estendeu para Murilo, sua voz gelada:

— Assine.

Todos os olhares agora estavam fixos em Murilo. Era evidente que ele não queria assinar, e suas palavras anteriores eram apenas fruto de sua raiva. Mas, naquele momento, não havia mais como recuar.

Murilo olhou para a caneta na mão de Lorena. Seus olhos se estreitaram e, de repente, ele arrancou a caneta de sua mão e a jogou com força no lixo. Em seguida, virou-se para Agatha e gritou:

— Quem te mandou trazer essa caneta?!

Agatha imediatamente começou a chorar, seus olhos se enchendo de lágrimas:

— Você disse que hoje teria uma reunião importante, então achei melhor trazer.

A raiva de Murilo diminuiu por um momento. Ele respirou fundo, tentando se recompor, antes de voltar sua atenção para Lorena. Com uma expressão sombria, ele pegou o contrato de divórcio e, sem hesitar, o rasgou em pedaços.

— Quer se divorciar? Tudo bem. Mas esse contrato está errado! Vou pedir para meu advogado fazer outro. Quando estiver pronto, eu te aviso.

Lorena percebeu que aquilo era apenas uma desculpa para ganhar tempo. Ela balançou a cabeça e respondeu em um tom firme:

— Então chame seu advogado agora. Eu não quero nada. Você pode ficar com todo o dinheiro, os bens... Tudo! Eu só quero acabar com isso o mais rápido possível.

Murilo segurou o braço de Lorena com força e a puxou para perto de si. Seus olhos vermelhos brilhavam de fúria:

— Lorena, você sabe o que está dizendo? Como você vai sobreviver sem mim? Você já pensou nisso?

As lágrimas molharam os longos cílios de Lorena. Sua tristeza era tão profunda que parecia transbordar, como um oceano prestes a engolir tudo.

Com uma voz baixa, que apenas ele poderia ouvir, ela respondeu:

— Eu já disse... Eu estou morta. Só me restam cinco dias.
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