Ele ficou esperando que eu tivesse coragem, mas acabou por arriscar um palpite.
  — Ele te ameaçou, é isso? Você está se sentindo pressionada, coagida nesta casa?
      Eu ainda abri a boca, mas não deu.
  — Melhor deixá-lo de fora desta história, Arthur.
  — Por que, Juliette?
       Eu mordi os lábios, nervosamente, e passei a ponta dos dedos no canto dos olhos para impedir que as lágrimas pudessem escorrer pelo meu rosto.
  — Eu a quero tanto, Juliette! Me dói muito vê-la desse jeito. Se abre comigo!
   — Melhor não!— eu puxei minhas mãos rapidamente.
       Arthur ficou desolado.
  — O ama tanto assim? É capaz de se anular por ele, mesmo sabendo que não significa nada para ele?
       Eu fiquei de costas e tirei o camisão, depois entrei na água e fui para a outra extremidade da piscina.
       Januária servia o almoço para Arthur e ele ficou me olhando, enquanto comia.
     “Como é linda, parece uma sereia!”— ele pensava admirado.
      Enquanto me movia lentamente na águ