Eu fui conduzida até um quarto no final do corredor. Móveis antigos e muito finos compunham a decoração do lugar. Tinha uma bacia funda de inox contendo o banho num canto do banheiro.
Januária me ajudou a tirar a camisola e me assentar ali de forma confortável. Foi bem relaxante. Ela sentou-se numa cadeira do meu lado e ficou me olhando serena.
— Como você sabia?— Eu fiquei curiosa.
— As coisas acontecem sempre do mesmo jeito, senhora.
— Foi assim com ela?
Januária assentiu com um sorriso triste.
— Você o considera um monstro?— eu quis saber.
— Não, ele não passa de uma vítima, dela e da senhora também.
Eu apertei os olhos, incrédula.
— Vítima? Acha mesmo que o seu patrão é vítima?
Ela deu um longo suspiro.
— Sim, senhora. A sua história, assim como a da dona Salete começou antes dele entrar na sua vida.
Eu estremeci.
— Do que está falando?
— Desse filho que traz no seu ventre.
Eu fiquei boquiaberta.
— A história se repete.
— A Salete também es