CAMILA
Os dias seguintes depois da festa beneficente vieram como ondas silenciosas, carregadas de algo que eu não conseguia nomear.
Eu não sabia exatamente o que esperar de Leonardo após tudo o que aconteceu, os olhares, a forma como ele ficou parado por alguns segundos me observando quando desci a escada com o vestido, a maneira como caminhou ao meu lado durante o evento, sempre atento, sempre presente, mesmo quando tentava disfarçar.
Por isso, a primeira coisa que notei foi o silêncio.
Leonardo não apareceu no café da manhã no dia seguinte. Nem no almoço. Nem no jantar. Dona Elisa disse que ele devia estar “ocupado demais”, mas havia algo no modo como ela falava que não me convencia.
Ele se tornou… ausente. O homem que me acompanhou naquela noite simplesmente… desapareceu. Não completamente, só o suficiente para que doesse sem parecer intenção. Era o tipo de frieza planejada, estudada, quase cirúrgica.
Era quase como se tivesse criado uma distância nova, maior do que antes.
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