O motorista deu a volta pelo pátio iluminado do hotel onde aconteceria o evento beneficente, e assim que a fachada espelhada surgiu diante dos faróis, senti o corpo inteiro enrijecer. Eventos assim sempre foram parte da minha rotina, flashes, cumprimentos obrigatórios, taças de champanhe servidas antes mesmo de eu pedir. Mas, naquela noite, tudo estava diferente porque, pela primeira vez em muito tempo, eu não estava sozinho.

Camila estava ao meu lado.

O tapete vermelho estava cheio de fotógrafos, empresários, socialites, patrocinadores. As portas do salão brilhavam como ouro polido.

Assim que o motorista abriu a porta, estendi a mão para ela. Não foi um gesto calculado, foi mais instintivo. Camila hesitou por meio segundo antes de pousar a mão na minha e aquela fração de segundos foi o suficiente para acender algo estranho no meu peito.

E eu não esperava que isso tirasse meu ar.

Por um segundo, fui incapaz de pensar em qualquer coisa que não fosse:

Ela está linda. Ridiculamente linda