A S L A N Aslan cresceu nas sombras do crime no Brasil, mas aos 18 anos tentou deixar essa vida para trás. Mas após a morte de seu pai, ele herda não apenas o império criminoso, mas também a missão de expandi-lo internacionalmente e salvar sua mãe dos perigos do Brasil. Decidido a lavar dinheiro nos Estados Unidos, ele encontra uma oportunidade irresistível ao descobrir que a empresa do pai de Selina, uma figura glamorosa, maldosa e ambiciosa, está à beira da falência e também alvo da sua obsessão. Obsessivamente atraído por Selina, cuja vida pública está repleta de escândalos e luxo, Aslan propõe um arriscado acordo de negócios: salvar a empresa em troca de se tornar sócio majoritário e se casar com Selina. No entanto, o pai de Selina, temendo pelos perigos do mundo de Aslan, decide proteger sua filha favorita, trocando as identidades das irmãs gêmeas. Selen, a irmã quieta e reservada de Selina, criada longe dos holofotes com sua avó, vê seus planos de uma vida tranquila e uma bolsa de estudos no Canadá desmoronarem quando é forçada a assumir o papel de Selina no casamento com Aslan. Agora, Selen está presa em um jogo perigoso de identidades, onde cada movimento pode revelar não apenas sua verdadeira identidade, mas também desencadear consequências imprevisíveis em seu coração e nas ações de Aslan.
Ler maisA S L A N Sempre tive a convicção de que a vida é curta demais para lamentações. Pensamentos de auto-critica e arrependimentos sem cabimentos como se no momento passado pudéssemos adivinhar o futuro. Uma grande e enorme perca de tempo. Mas agora eu estava mordendo minha própria língua, pensando no que eu poderia ter evitado para não estar nessa situação. E se eu tivesse resolvido ficar aquele dia em casa, almoçado com meus pais, invés de simplesmente arrumar minhas coisas e ir embora? Eu poderia ter ajudado meu pai a lavar o dinheiro o quanto antes, já que o plano dele antes de conhecer minha mãe, já era ir embora do país...– Não se martirize, meu filho, nada disso é culpa sua... – Minha mãe diz ao telefone. Decidi ligar para ela antes de ir para o almoço. Pretendia voltar ao Brasil novamente assim que marcar a data do casamento. O timbre da sua voz era pesado, carregado, forçado, isso me partia o coração. Eu podia ser o homem mais frio já existente, mas a família era meu ponto
A vovó resmungava alto enquanto eu permanecia em silêncio. Faz dias desde meu acordo com papai e que Selina e eu tivemos que trocar os celulares. Eu tinha que ir até a casa de Victor explicar o que estava acontecendo, mas temia que a minha adorável irmã já tivesse feito antes de mim. Fui orientada a continuar postando nas redes sociais de Selina mesmo após ela ter feito um vídeo dizendo que iria se ausentar mais das redes sociais. Tiro uma foto do meu café e posto nos story dela, desejando um bom dia, enchendo a foto de efeitos que o próprio Instagram disponibiliza. Seguindo o que minha irmã fazia sempre. Exagerada. – Vovó! Está tudo bem – Digo mais uma vez. Ela não parava de reclamar. Ela para a minha frente e me olha tristemente. – Não quero isso, Selen! Me perdoa mas ela é um diabo, olha o tanto de coisas ruins que ela faz, é só procurar notícias da cidade no Google que aparece uma foto dela! – Passa a mão na cabeça. Era verdade. Torço o nariz, minha avó está certa.– Mas é
O caminho para casa nunca me pareceu tão longo, deixar Victor sozinho no hospital era algo que me partia o coração. Mas eu precisava ficar com a vovó.Paro o carro em frente a casa e procuro a capa dele que deixo na varanda, para evitar a chuva ácida e manchar a pintura. Minha avó sai na porta alegando que escutou o som do carro. Sorrio para ela, cobrindo o carro. – Fiz uma sopa deliciosa! – Ela toca minhas costas assim que chego na porta, Vovó mesmo com seus 68 anos, não parecia nunca ter essa idade, no máximo 50, eu diria, era magra e se importava demais com a aparência, principalmente com a moda. A casa só era simples de fora, mas por dentro se assemelhava um pouco a casa dos meus pais. Claro que ela arrumou tudo com o tempo. Não temos muito dinheiro para reformar tudo de uma vez. – Está realmente um delícia, vovó! – Elogio e ela sorrir, feliz, ela adora ser elogiada. Conversamos um pouco sobre meus pais e de como estão as coisas, sobre minha bolsa de estudos e como faremos
A S L A N Me olho no espelho, apreciando o terno perfeitamente alinhado em meu corpo. Estava muito ansioso para ver Selina de perto.Thomás me ligou hoje mais cedo, confirmando um almoço. Mal me lembro do caminho que fiz até o restaurante, até vê-la jogando o cabelo para trás, enquanto conversava com o pai. Comprimento todos antes de sentar, logo Thomás fica sério, mas a sua esposa continua com um sorriso de orelha a orelha. – Olá querido, me chamo Leila – Em estica a mão, se levantando, faço o mesmo e aperto sua delicada mão, desvio o olhar para Selina que está com os olhos arregalados para mim. – Sou Aslan, e você deve ser Selina – Ela aperta minha mão.– Prazer em conhecê-lo, Senhor – Engole em seco, não tenho dúvidas de que ela se lembre de mim, a alguns meses atrás eu a presenteei com um vídeo meu em frente ao espelho, enquanto me tocava para ela. Ela olha para meu pescoço, com certeza reconhecendo as tatuagens. Falamos um pouco sobre negócios no decorrer o almoço, mas e
L E I L A V A L L E N C E Meus braços estavam carregados das recentes compras. Comprei diversas joias para Selina. Minha querida filha havia ficado tão triste com o presente que meu marido deu para Selen, precisava anima-la.Sua festa de aniversário foi um sucesso e eu fiquei tão feliz por sua felicidade.Deixo minhas sacolas no quarto e vou para o de Selina, as pousando na cama ao lado dela, como sempre ela estava com os fones nos ouvidos, ignorando minha presença, ainda irritada. Me aproximo sutilmente e tiro seus fones, ignorando seus resmungos.– Olhe o que comprei para você! – Digo animada, olhando para as sacolas, ela logo se levanta abrindo as mesmas e jogando as embalagens no chão.– Mãe! Não acredito! Obrigada! – Apenas diz, fico feliz. Mas toda sua animação some quando ela escuta seu celular vibrar, com uma nova notificação. Continuo o que ela estava fazendo e desembalo tudo. – Olha só! – Ela me empurra seu celular. – Ele agora me mandou uma foto, isso não é a praia
A S L A N Tento me despedir de minha mãe, sentindo meu coração apertar em meu peito. Nunca a vi chorando tanto quanto a alguns minutos atrás. Ela chamava meu pai como se ele pudesse ouvi-la, a sensação de impotência por não conseguir desta vez resolver o problema, me quebrava por dentro. – Filho, vamos para casa comigo – Pede mais uma vez. Suspiro pesado, não sabendo como dizer que não posso ficar. Pego suas mãos pálidas, vendo o anel dourado de casamento, tenho certeza que demorará muito tempo para que ela tire do dedo. Embora hoje fosse um dia quente, as suas mãos estavam frias como o gelo. Passo meu dedo por cima das suas veias e penso em uma forma de dizer que não posso ficar e que não doa tanto assim. – Você não pode ficar, não é? – Sua voz sai em tom baixo, como se não quisesse dizer em voz alta. – Não, mamãe – Respondo em um suspiro, baixando minha cabeça. Ela assente e tira suas mãos das minhas, virando as costas e indo em direção aos seguranças. Ela me olha por cim
Último capítulo