AZRAEL
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Acordei com o corpo trêmulo. O ódio ainda pulsava dentro de mim como brasas vivas espalhadas pelo peito. Minha respiração estava entrecortada, e meu coração batia tão forte que eu podia ouvi-lo ecoar no quarto silencioso.
Levei alguns segundos para entender onde estava. O quarto. O colchão revirado. As paredes fechando-se ao meu redor.
A imagem ainda queimava em minha mente.
Ayla.
Aquele homem.
Tocando-a.
Possuindo-a.
O asco e a revolta me tomaram por completo, e antes que eu pudesse raciocinar, minhas pernas me levaram até a parede. Meu punho se ergueu sozinho.
O impacto foi imediato.
A dor explodiu pelos meus dedos, subindo pelo braço, mas eu não parei.
Eu precisava expulsar aquilo de dentro de mim.
Mais um golpe.
Outro.
Mais forte.
Meu sangue sujou a parede branca. O som seco dos meus ossos contra o concreto se misturou ao barulho da minha respiração ofegante.
A porta se escancarou de repente.
— Azrael!
Ethan atravessou o cômodo como um raio, agarrando meu braço no insta