AYLA
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Eu saí do banheiro com o rosto molhado e vermelho, consequência de um choro que parecia ter esgotado todas as forças que ainda restavam em mim. As lágrimas secaram, mas a dor ainda queimava em algum lugar profundo. Quando abri a porta, vi Caio ali parado, encostado na parede ao lado. Ele me olhou, preocupado, mas não disse nada de imediato.
Baixei a cabeça, incapaz de sustentar o olhar dele. Parecia que eu estava carregando todo o peso da vergonha do mundo.
— Está precisando de algo?
Ele perguntou, com a voz tão calma que quase me fez chorar novamente.
— Não.
Murmurei, tentando me recompor. Eu queria parecer mais forte, mas as palavras saíam fracas, como se fossem quebrar no ar.
Caminhei devagar pelo corredor, sentindo os passos dele atrás de mim. A cada passo que eu dava, minha mente martelava o que tinha acabado de acontecer.
As marcas da violência ainda estavam presentes, mas a ideia de estar sozinha novamente era ainda mais aterrorizante.
Quando cheguei à cabine e abri