Duncan caminhava em silêncio, o corpo pesado sob o esforço duplo. Nos braços, Melody — ainda rígida, ainda em choque — apertava contra o peito a pequena Rose, aninhada como um filhote em sono profundo.
A menina dormia com as mãos fechadas, mas de tempos em tempos agitava os dedinhos no ar, como se brincasse com alguma memória interna. Era o truque favorito dela. As mãozinhas. Sempre as mãozinhas.
— Sim... aí estão — murmurou Duncan, quase por hábito, sem emoção na voz. — As mãozinhas da Rose.
Melody não respondeu. Também não precisava. O aperto dos braços ao redor da criança já dizia tudo: o medo ainda tremia nos ossos.
O caminho até a casa parecia mais longo do que antes. O ataque do leão da montanha já havia ficado para trás, mas o terror estava presente no cheiro do suor, no sangue seco na perna de Melody, no silêncio espesso demais para ser confortável.
Quando alcançaram o alpendre da casa, o som das botas pesadas na madeira alertou Ida antes que ele dissesse qualquer coisa.
A gov