O silêncio entre nós era denso. Só era quebrado pelas risadinhas de Pedro e o barulho da colher batendo no pratinho dele.
Ele estava um desastre. O rostinho todo sujo de papinha, jogava comida no chão, lambuzava as mãos e tentava alcançar qualquer coisa que estivesse ao seu redor.
Eu tentava dar comida na boca dele, enquanto ele brincava com o pai.
Lucas sorria para o filho, mas tinha um olhar distante. Carregado.
Estava diferente desde que chegou de viagem. Quieto. Calado demais pro normal dele.
— Você está bem? — perguntei, tentando puxar assunto. — A viagem correu como você esperava?
Nada.
Ele só balançou a cabeça de leve. Nem me encarou.
Terminamos o almoço em silêncio. Levei Pedro para a sala e o coloquei com os brinquedos no tapete, onde ele já começou a bater um carrinho no chão como se aquilo fosse sua grande missão.
Voltei para a cozinha, lavei a louça devagar, prestando atenção nos sons da sala, e depois sequei tudo. Quando acabei, Lucas ainda estava ali, sentado no so