Voltamos para o hotel com a pressa de um trabalhador em dia de chuva. No momento em que atravessamos a porta da suíte, nos desfizemos das roupas como se estivéssemos encharcados, na verdade estávamos, mas era de um amor que eu só vi uma vez na minha vida. Que era o amor entre os meus pais. Eu ficava repetindo mentalmente que era ela. Que eu havia encontrado a pessoa certa. Era ela. Eu a levantei, e ela cruzou as pernas na minha cintura, eu a encostei na parede e a penetrei. — Você acha muita loucura a gente se casar assim que voltarmos? Perguntei em meio aos grunhidos que eu soltava pelo prazer daquele momento. — Sim, acho... Mas eu caso, eu não largo você nunca mais, Aslan. E foi assim que gozamos, em meio aos gemidos dela, e a felicidade gritante que havia dentro de mim. Passamos os melhores dias na França, com risos, brincadeiras, noites de drinks, passeios, e muito sexo, mas o dia de voltarmos havia chegado, e junto com ele, a ansiedade para casarmos. Eu ainda não h
No momento em que cruzei a porta da igreja, eu sabia exatamente o que o padre iria perguntar...— Qual o seu pecado hoje, meu jovem?— Você não deveria fazer julgamentos precipitados, padre.— É que faz um tempo que você fugiu do pasto.— Não sou nenhuma ovelha perdida, tio.Sim, o padre era o meu tio, e ele tinha o mesmo humor divertido da minha mãe, e desde que ela morreu, evitei ir à missa porque eles eram muito parecidos e olhar para ele me causava dor.Eu o abracei forte, e senti aquela sensação que constantemente eu tentava fugir, a sensação de perda.— Eu estava com saudades.— Eu também, tio.— Vamos tomar um café, daí você me conta quais besteiras você aprontou.Eu o observei pacientemente colocando o café nas xícaras e sentar, pra então revelar para ele o motivo da minha visita.— Agora me conte Aslan, o que trouxe você aqui? — Eu vou me casar.Eu já esperava que ele fosse se engasgar, eu nunca havia tido uma namorada séria antes, e naquele momento eu estava prestes a ter u
Aslan"""Eu me chamo Aslan Rounx, tenho 31 Anos, e herdei as empresas Rounx depois que o meu pai faleceu. Nessa época eu havia acabado de me formar em Farmacêutica justamente para trabalhar com ele, mas acabei recebendo toda a responsabilidade dos negócios.Eu ainda estava na universidade quando conheci uma garota insuportável, ela estava procurando uma vaga e eu também, mas eu cheguei primeiro, e ela colocou o carro velho e horrível dela bem no meio da passagem pra roubar a minha vaga.— Me desculpe, mas essa vaga é minha.— Não é não, eu coloco o meu carro aqui todos os dias.— E por conta disso você se tornou a dona do espaço?A garota estava com os cabelos presos em um boné e de óculos escuros, parecia um moleque.— O fato de eu colocá-lo aqui todos os dias faz dessa vaga minha sim.— Anda garota, sai da frente, você está fazendo eu me atrasar pra aula.— Sai você, afinal é você que está fazendo nós dois perdermos tempo.A minha vontade era de bater no carro dela e tirá-lo da min
Nesse mesmo dia houve uma festa no campus, era aquele tipo de festa que a gente fazia escondido pra levar bronca depois, eu não dormia nos alojamentos pois o meu apartamento ficava perto do campus, mas mesmo assim eu fui pra festa.Eu sempre ouvi falar que um raio não caia no mesmo lugar duas vezes, mas nesse dia ele caiu, e mais uma vez eu estava buscando uma vaga pra estacionar o carro, e um outro carro tentou roubar a vaga.— Ah não, só tem ladrão de vaga nesse lugar? Eu falei já descendo do carro, decidido a resolver a situação com o condutor do outro veículo, o farol do carro dele estava impedindo que eu conseguisse enxergar direito, mas quando eu me aproximei, eu reconheci o carro velho.— Eu não acredito nisso, de novo? Eu falei batendo no vidro do carro dela.Quando ela baixou o vidro, eu quase fiquei sem voz, eu já sabia que ela era linda, mas ela estava de tirar o fôlego.— Você vai me mandar ir pra puta que pariu de novo?Ela ficou olhando pra mim esperando uma resposta, en
Eu não devia ter ido a uma loja de carros comprar um pra uma estranha, mas eu fui.— Você quer que eu coloque no seu nome, Senhor Aslan?Eu fiquei em dúvidas se deveria ou não colocar no meu nome, eu poderia simplesmente mandar deixar na universidade e a louca iria se virar com isso depois, mas eu fiquei imaginando que ela também não teria dinheiro pra rebocar o carro, já que estava sem o documento dele, certamente não poderia dirigi-lo.— Sim, coloque no meu nome e eu mesmo vou levá-lo, não precisa entregar.— Sim, senhor.Eu deixei o meu carro no estacionamento da própria loja e disse que iria pegá-lo antes do fim do dia, o dono não se opôs, então eu peguei o carro novo da maluca, cujo nome eu nem sabia, e fui pra universidade na esperança de encontrá-la.Eu fui pra vaga que ela disse ser dela, embora no dia anterior ela tivesse tentado estacionar em outra, mas eu não sabia nada da garota, e ali era o único lugar que eu poderia encontrá-la, mas ela não apareceu por lá, e outro carro
Ela ficou séria, e deu alguns passos na minha direção. — Eu topo. — Eu nem te falei das minhas condições. — E tem condições? — Quando você pediu esse carro, você deu as suas condições, mas ainda está me chamando de babaca, porém eu tenho as minhas condições pra que você fique no meu apartamento. — E quais são? — Você vai passar uma semana andando comigo nos intervalos das aulas me chamando de meu amor, você vai pegar o meu café, vai me entregar e vai dizer: Está aqui meu amor, e vai todos os dias na minha sala e dizer: Boa aula meu amor. — Nem fodendo eu vou fazer isso. — Então nada feito, pode dar adeus ao meu apartamento. Eu saí andando e ela me interrompeu novamente. — Eu aceito. Eu olhei pra ela me sentindo vitorioso, enquanto ela estava com sangue nos olhos. — Eu não tomei café ainda, vamos? Ela saiu andando ao meu lado furiosa, e eu fiz o possível pra não rir da cara dela, afinal ela sabia esmurrar uma pessoa muito bem. Quando chegamos no refeitório, eu sentei em u
Ela ficou me encarando por alguns segundos, como se estivesse buscando algum vestígio de brincadeira. — Vamos? Eu perguntei, já pegando a mala da mão dela. — Eu não vou fazer o quê você me pediu, se é isso que você tem em mente ao me levar pro seu apartamento. — Relaxa esquentadinha, eu não quero que você faça nada, além de continuar estudando aqui e correndo atrás dos seus sonhos, entendeu? Ela me encarou outra vez, e os olhos dela ficaram marejados, e eu percebi que isso acontecia com frequência. — Quem falou pra você que eu não iria mais estudar aqui? — Sua amiga, mas não briga com ela, eu que insisti pra ela me dizer. — Então você perguntou a ela por mim? — Sim. — Então você sentiu a minha falta? Eu vi o sorrisinho debochado dela e tentei ignorar. — Você não vai fazer eu me irritar com você já no primeiro dia de convivência Maya. — Convivência? Como assim? Ela perguntou assustada. — Sim, se vamos dividir o apartamento, nós precisaremos nos entender. —
Foi preciso ter uma conversa séria com a Maya pra ela aceitar a minha ajuda financeira, ela teria mais tempo pra estudar, teria liberdade pra fazer os trabalhos dela, e conforto, coisa que ela não tinha antes, e enquanto conversávamos eu tive uma grande surpresa, ela estava fazendo o mesmo curso que eu.— Eu estou surpreso.— Surpreso porquê? Você acha que eu não tenho capacidade pra estudar farmacêutica?— Não se trata disso, e sim porque eu também faço farmacêutica. A fisionomia dela mudou, e eu tive que rir.— Tá vendo? Você também ficou surpresa e eu nem fico julgando os teus pensamentos.Ela começou a rir também, enfim estávamos nos entendendo.— Qualquer dia desses eu vou falar quem eu sou e os meus planos, e se agente conseguir se manter no mesmo ambiente sem se matar, eu te incluo neles.— E quem disse pra você que eu quero fazer parte dos teus planos?— Quando você souber tudo sobre mim, eu tenho certeza que você vai querer.Eu falei já pegando as coisas dela e levando pro q