28. CONSPIRAÇÕES
NARRADORA
— Tem certeza de que foi assim que as coisas aconteceram? Mostre de novo o braço.
— Sim, sim, senhora, eu ia colocar os sais como a senhora mandou, mas aquela mulher entrou como uma fera e queria me forçar a entrar na água, acho que tinha ouvido a gente.
— A gente começou a brigar e, de repente, parecia que um ferro em brasa tava queimando onde ela me segurava.
— Olha, veja a senhora mesma as marcas que aquela maldita me deixou — Lorena, ajoelhada, mostrava para a chefe das donzelas as marcas de queimadura de uma mão humana no braço.
— Tudo bem, mas no fim você falhou na missão e sabia muito bem que teria que ser punida de qualquer jeito.
A mulher pegou um chicote pendurado na parede, e a garota ajoelhada mordeu com força um pedaço de pau enrolado num pano branco, pra não morder a própria língua.
Ela tremia, com medo, mas estava decidida.
O som do chicote estalava naquela sala estreita de castigo, junto com os gritos reprimidos de dor.
O cheiro de sangue já pairava no ar.
Qu