Maria Júlia
Quando a Mariana fechou a porta, eu respirei fundo e deixei o silêncio me envolver. O coração ainda acelerado, o gosto do beijo do Alec nos meus lábios, e aquela sensação estranha de estar... viva. Depois de tudo o que eu passei, eu não conseguia acreditar que tinha saído com alguém. Muito menos com alguém que me olhou como se a cadeira de rodas não existisse. A noite foi maravilhosa. E o beijo... foi mais do que só um beijo. Foi um recomeço.
Mariana: Conta agora, sem enrolar! Como foi a noite, Maria Júlia? Eu quero cada detalhe, e nem vem me dizer que foi “normal”, porque eu te conheço.
Maria Júlia: Ele escolheu um restaurante lindo, com acessibilidade, privacidade, tudo certinho. A gente conversou muito, eu me abri com ele... falei do Ronaldo, da Juliana, de tudo. E, Mari... ele me ouviu. Ele me olhou nos olhos, com respeito. Pela primeira vez em muito tempo, eu me senti mulher de novo. Desejada. Importante.
Mariana: Eu sabia! Eu disse que você precisava viver de novo. O