🥀 1 mês depois da reunião no escritório 🥀
Beba! Beba! Beba! Beba! Em uníssono, trinta pessoas gritam ao ver Adam virando seis copos de tequila, um atrás do outro. Secando cada gota e ainda pedindo mais, ele não se cansa. Na sua vida inteira, esse foi o melhor esporte: encher a cara como se não houvesse amanhã. Adam começou aos quinze anos, um ano após a morte dos pais. Sua adolescência foi marcada por zerar latas de cerveja antes de ir para a escola. Sua rotina: bater, apanhar e ser expulso das aulas. Adam não se considera um alcoólatra. Todo esse tempo foi apenas para se controlar e conseguir beber mais. Seis copos não fazem nem cócegas. – Aaaawn!! Meu Deus, Ben?! – Uma loira alta, que poderia muito bem ser uma modelo, se aproxima. – Aaaawn, Beeeen. – Adam a imita ao ver a loira se aproximando do seu melhor amigo. Quando é negada, a loira se vira para Adam como se ele fosse o único homem naquele bar. Ou, pior, em segundos, esqueceu que estava flertando com seu amigo. Ela percebe quando Adam revira os olhos e lhe dá um sorriso zombeteiro, carregado de ironia. Ben ri e se curva para trás ao ver a loira se afastar. – Acho que, se você continuar tratando todas as mulheres assim, elas vão achar que você é gay. Adam sorri, silenciosamente. – Você gostaria que eu fosse? – ele pisca. Ben ri mais alto. – Se eu não soubesse que você estava no escritório do bar com aquela morena, eu confirmaria que você é! Adam revira os olhos e sorri. – Talvez – diz Ben. – Você deveria se casar com ela. Adam quase se engasga com o sétimo copo. – Como assim? – Sei lá, para conseguir a "herança". E também, já é a segunda ou terceira vez que vocês transam. Ben se surpreende ao ver Adam com o olhar arregalado, olhando fixamente para ele. – O contrato do meu avô dizia que eu teria que me casar e, para isso, eu precisaria contar a uma mulher sobre a máfia e colocar sua vida em risco, assim como aconteceu com a... Sua boca se abre, mas nenhuma palavra sai. – Eu sei. Mas você não precisa casar por amor, Adam. É só arrumar uma mulher. Ben faz um gesto de desdém com as mãos. – Isso é loucura. Eu não posso colocar a vida de uma mulher em risco. – Você já matou tantas pessoas... – Mas não mulheres. Isso é contra o código de conduta da máfia. Ben suspira, e Adam também. – Mas então ela não ficaria em risco, já que tem esse código de conduta e tal... Adam passa a mão pelos cabelos negros. – Mas elas podem "sem querer" cair do barco, igual a minha mãe, ou ser "atropeladas por um bêbado", igual a esposa do Don, ou... – Tá! Tá! Tá! Já entendi, mas e se você contar que é para herdar uma empresa e casar com uma mulher oferecendo uma boa grana em troca? Vocês fingem estar apaixonados e os dois saem ganhando. Adam faz uma pausa para pensar antes de levar o oitavo copo à boca. – Pode funcionar, mas onde eu encontraria uma mulher dessas? – Não sei, que tal perguntar em voz alta quem quer se casar com um milionário, jovem e morar em uma mansão? – Até eu quero! – O barman se aproxima, respondendo. – Viu? Até o Bill quer. Adam solta uma risada alta. – Cala a boca e bebe. – Não posso, tenho que buscar minha irmã no aeroporto. – Irmã? – Sim, mais nova. – A Nane? – Bill pergunta. – O quê? Não! É a Tate. – Tate? – O barman repete. Ben assente. – Tate! Adam diz com um suave suspiro e repete. – Tate...