Elana sentiu o rosto aquecer, a lembrança da conversa deles voltando com força. A noite com Ryan, o vazio que a perseguia, a mentira que dissera para escapar; tudo parecia tão distante agora, com Gabriel sentado ali, tão perto. Como explicar sem se expor demais?
Antes que pudesse responder, Gabriel se inclinou ligeiramente, os antebraços apoiados na mesa, e o movimento trouxe o cheiro sutil do perfume dele, misturado com o aroma do café. Era um detalhe pequeno, mas suficiente para fazer o coração dela acelerar, reacendendo a advertência de Isabella: Cuidado para não misturar as coisas.
— Não precisa responder se não quiser. — disse ele, a voz mais suave agora, quase íntima. — Só… você parecia tão distante na ligação. Quis ter certeza de que você está bem.
Ela engoliu em seco, os olhos fixos nos dele, e por um momento, o barulho da livraria — o murmúrio de outros clientes, o som da máquina de café — pareceu desaparecer. Havia algo na forma como Gabriel a olhava, como se pudesse ver