Elana sentiu o ar escapar dos pulmões, as palavras dele derrubando as barreiras que ela tentara erguer. O espaço entre eles parecia vibrar, o crepitar da lareira e o uivo abafado da nevasca lá fora criando um mundo onde só existiam os dois. Gabriel deu outro passo, agora tão perto que ela podia sentir o calor dele, o leve aroma de molho de tomate e neve derretida que ainda grudava ao seu paletó.
— Eu não quero mais fugir disso. — ele murmurou, a voz quase um sussurro, os olhos buscando permissão nos dela. — E acho que você também não quer.
O coração de Elana disparou, dividido entre o medo e o desejo que crescia como uma onda. Ela abriu a boca para protestar, para dizer que era errado, que não podiam, mas as palavras morreram quando ele ergueu a mão, hesitante, e tocou seu rosto, o polegar traçando suavemente sua bochecha. O toque era leve, mas incendiava, e os olhos dela se fecharam por instinto, rendendo-se ao que não podia mais negar.
— Gabriel... — ela sussurrou, a voz trêmula